quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

Kata Tjuta

Sim, isto é um filme da Disney! Nem acredito que esqueci dele esse tempo todo!
(Para os interessados, é Bernardo e Bianca na Austrália ou The Rescuers Down Under)
Alooou, meu povo!!
 Depois de mais um longo e tenebroso inverno, cá estou de volta! Tive umas semanas loucas tanto no trabalho quanto na vida em si, mas ou não posso ou não vale a pena contar a história, então segue o jogo com o deserto mesmo.
 O segundo dia do tour saindo de Alice Springs é dedicado a um conjunto de montanhas/pedras gigantes chamado Kata Tjuta. Ele fica no mesmo parque que o lendário e todo poderoso Uluru, só que de outro lado.
Esses morrinhos aí
 O dia já começou emocionante porque entramos no parque e recebemos um singelo bilhetinho falando que ninguém mais, ninguém menos que Príncipe William, herdeiro do trono da Inglaterra caso Elizabeth surpreenda a todos nós e não seja imortal, e sua esposa Kate Middleton vieram fazer uma visita no mesmo dia que nós! Detalhe que era aniversário da minha amiguinha Ana. Isso é que é ter convidados ilustres!
 Mas como eles iam chegar tarde e nós madrugamos, fomos para Kata Tjuta primeiro. A caminhada já é linda, mas depois de uma Heart Attack Hill (Morro do Ataque Cardíaco) Parte II chegamos um um vale no qual as montanhas emolduram uma das paisagens mais lindas que vi em toda a minha viagem! Vale muito a pena! Eu poderia ficar horas falando sobre o quanto o lugar é agrádavel (Tem sombra! No meio do deserto! Só isso aí já é uma beleza!), mas você tem que ir para sentir! Por enquanto fique com as fotos.





Essa é a moldura que eu falei


 De Kata Tjuta fomos para o tal Centro de Visitantes atrás da Família Real porque os ingleses no nosso tour estavam quase tendo um ataque! Mas eles estavam atrasados. Só que o Centro em si era a verdadeira atração. As paredes são pintadas com várias histórias aborígenes, desde a criação do mundo até a importância tanto do Uluru quanto de Kata Tijuta. Parte das histórias secretas, então é um pouco confuso, mas mesmo assim muito legal!
Depois de ler tudo, a William e Kate ainda não tinham chegado, então tomamos um sorvete, rimos, descansamos, deu nossa hora de ir e voltamos para a van. Mas quem disse que os ingleses apareciam? Eles continuavam lá, esperando. O guia avisou que ia esperar só mais 5 minutos quando chegou um aviso da segurança do parque: A Família Real entrou no parque. Nenhum carro pode ser ligado para que o barulho não atrapalhe as filmagens.
 Maravilha! Ficamos presos no estacionamento! Até cogitamos a hipótese de sair para ver a chegada deles, mas o estacionamento era de frente para a entrada do Centro de Visitantes e de onde estávamos dava para ver que nossa escolha era entre se acotovelar com um monte de gente no sol em volta do tapete vermelho ou ficar sentadinhas de boas na sombra na van. Nem preciso dizer o que a gente fez.
 E aí chega uma escolta, uns carros pretos e um carrão branco estaciona bem na nossa frente. A porta de trás abre e desce Kate. Sim! Nós, preguiçosas que nem ligamos, vimos a Família Real na nossa cara, sem ninguém na frente, no conforto da nossa van enquanto os pobres ingleses não viram quase nada no sol lá fora! Hahahaha Aí estão as fotos que nós (Fefê) tiramos (Nada de paparazzi) para provar.


 Depois que os benditos entraram no Centro, os ingleses voltaram, morreram de inveja e fomos dar mais uma volta na região antes de ver o pôr do sol no Uluru. Não no melhor ângulo, porque o melhor estava reservado para William e Kate (Aff...), mas mesmo assim foi espetacular!
Tá ruim de entender, mas é um pequeno oásis

Esse risco escuro na pedra é o caminho por onde a água escorre quando chove

Uma onda de pedra

 À medida que o sol se move no céu, o Uluru vai mudando de cor, passando por laranja, marrom e até alguns tons azulados. Não é a toa que é um dos lugares mais visitados da Austrália. E também não é à toa que muita gente o considere sagrado.






 De volta ao camping, passamos mais uma noite falsamente protegidas pelo sal e a linha no chão e sob o céu mais espetacular que já vi na vida! Precisávamos mesmo de descanso porque o próximo dia é para contornar o Uluru! Até lá!

Talvez eu tenha cansado






domingo, 27 de dezembro de 2015

Alice Springs (E Kings Canyon)


Nem esse céu de mentira chega aos pés do que a gente vê no deserto

Alooooou,meu povo!
  Finalmente, depois de três dias, chegamos a Alice Springs!Aqui tudo vai passar para o plural porque encontrei minhas amigas! A cidade em si é bem pequenininha e não tem muita coisa, mas tem todo o básico para viver. Nós ficamos em um hostel chamado Todd's, que além de hostel é uma agência de turismo com o tour mais barato pela região. Não vou mentir, o quarto que eu dormi parecia meio velho e mal cuidado e a localização não era das melhores, tinha que andar bastante até o centro ou até o supermercado. Mas minhas amigas ficaram em um quarto bem melhor e o hostel oferece transporte até o centro (Onde tem uma pizzaria que serve pizza de canguru). Fora do hostel, Alice é bem parecida com Darwin, muitos aborígenes na rua e muuuuito calor!

  Só passamos uma noite lá e pegamos o tour cedinho para o Kings Canyon. Aqui destaque imediato para os guias do Todd's que são todos divertidíssimos. Eram três micro-ônibus e o responsável pelo nosso era o Boom Boom, que nos deu pincéis para rabiscar as janelas do ônibus.
Minhas obras de arte no Boom Boom Bus

Eu desenharia BH, mas ninguém ia entender que era no Brasil


  O Kings Canyon é um canyon mesmo, só que enorme, ele se espalha por todos os lados parecendo um labirinto, para quem não conhece é fácil se perder, mas tem placas de indicação no caminho, é só prestar atenção. Lá foi muito pouco alterado pelo homem, o que é uma coisa boa, mas também significa que só tem água na entrada do parque e é bom carregar algumas garrafas extras por via das dúvidas (Nós levamos dois litros cada, por recomendação do guia, e não me arrependi).








  O problema de levar água demais ou de menos é que bem no comecinho do canyon tem uma subidinha carinhosamente chamada de Heart-Attack Hill, que pode ser traduzido como Subida do Infarto. E essa é só a primeira. Acredite, você vai querer água mas não vai querer peso. De qualquer forma, não deixe os morros e a água te desanimarem, porque o lugar é espetacular! Parece outro planeta!
Essa é a Heart Attack Hill



Um pequeno oasis no meio do canyon

Brincando de Rei Leão com o que eu tinha de mais precioso: minha água

Se você olhar com atenção vai ver pontinhos no topo de um dos morros do outro lado do canyon. São pessoas. Pequeno, não?
   Quando saímos do canyon, fizemos uma parada no Fuluru para ver o pôr do sol. Fuluru é o nome que os guias davam a uma formação que de longe se parece muito com o Uluru, que é a atração principal do deserto. A diferença é que o Uluru é uma única rocha gigantesca enquanto o Fuluru éum conjunto de várias e por isso tem menos graça. Mas o pôr do sol lá é tão lindo quanto no original.
Esse é o tal Fuluru


  Depois acampamos no meio do nada. Talvez acampar nem seja a palavra certa, porque não haviam barracas. Fizemos uma fogueira e espalhamos os sacos de dormir em volta. NO MEIO DO DESERTO! Para nos proteger das cobras, os guias nos mandaram desenhar uma linha em torno do saco de dormir porque segundo eles as cobras mudavam o curso quando encontravam irregularidades no solo. E depois mandaram encher a linha com sal porque, segundo eles, as aranhas venenosas ficariam com as patinhas presas no sal. Contra os dingos, uma espécie de cachorro selvagem que pode atacar humanos, tínhamos nós mesmos com a função de avisar se ouvíssemos uivos. Uma linha cheia de sal contra todos os animais assassinos do deserto!!! Beleza. (Das cinco de nós, duas não conseguiram dormir) (Para completar, depois soubemos que era tudo mentira e na verdade não tínhamos nenhuma proteção, era só pra gente ficar mais tranquilo).
  Depois de comer, lavávamos todos os pratos, talheres e panelas em apenas duas bacias, uma com água e a outra com sabão, escovamos os dentes com copinhos, o banheiro era um buraco no chão sem descarga e banho só no dia seguinte. Não foi minha experiência mais higiênica, mas eu repetiria quantas vezes fossem necessárias pela coisa inacreditável que é o seu noturno quando não se tem absolutamente nada por perto! Nunca vi a Via Láctea com tanta clareza e demorei a dormir porque não conseguia desgrudar os olhos do céu. Uma pena que nenhuma de nossas câmeras fazia jus ao espetáculo.

Aí embaixo dá pra ver a pontinha do ônibus

Minhas companhias de deserto

Mais algumas estrelas na foto melhorzinha que a câmera da Fefê fez

domingo, 13 de dezembro de 2015

Darwin to Alice Springs- Parte 2

Não é o diabo nem são bolinhas de gude, mas close enough

Alooou, meu povo!!
 Bora acabar de chegar em Alice, né?
   Saindo de Katherine, nossa primeira parada foi Mataranka Hot Springs, que é baiscamente um restaurante ao lado de um riacho de águas quentes. Paramos lá só para dar um mergulho e eu pensei que era só uma piscina quentinha deboas, nem levei minha câmera. Se arrependimento matasse, eu tinha morrido nesse dia! O lugar é MARAVILHOSO!! A água é muito transparente e meio azulada, o poço fica no meio das árvores e a temperatura é tão agradável que todo mundo só fica com a cabeça para fora, o que dá bastante espaço para as aranhas trabalharem por cima do rio, fazendo um túnel de teia do poço principal até a cascatinha mais próxima. Quem for dar uma voltinha no deserto, pare por lá.
Essa foto é do Google, mas eu JURO que é assim!

 De Mataranka seguimos para Daly Waters, que é basicamente uma rua só, com umas casinhas, um posto de gasolina, uma loja de souvenirs e o pub mais antigo em todo o deserto australiano! Não sei se ficou bem claro, mas Daly Water é no meio do NADA! E as poucas pessoas de lá levam uma vida bem interessante, fazendo piada com o isolamento e sentando para beber com os raros clientes (Isso inclui os garçons e o dono do pub). Os clientes, por sua vez, criaram uma tradição de deixar algo para trás sempre que passam por lá e os funcionários vêm pendurando tudo em categorias pelo pub. Tem coisas mais comuns, como moedas ou carteiras de identidade e motorista possivelmente esquecidas mesmo, mas as pessoas foram se empolgando e deixando bandeiras ou camisas dos times de seus países natais, alguns deixaram chinelos, tampinhas de garrafa e até uma parede de cuecas eles têm! Eu diria para não deixar de passar por lá, mas você provavelmente não terá muita escolha porque é a única parada em muuuuitos quilômetros!
Um sinal de trânsito pra nada

A lojinha de souvenires totalmente normal com um helicóptero encima

Essa parede é de patchs

Essa é a recepção/caixa


Moedas

Chinelos

Placas de carro (??)


Mc Donalds mais próximo a 286 km
 Nesse dia dormimos em outro camping com barracas pre-montadas, mas essas eram de uma madeira bem frágil que balançava e gemia com o vento gelado da noite no deserto. Foi frio e assustador e para completar uma francesa invadiu minha barraca por engano! Hahahaha Mas se você pensa que eu odiei o camping está muito enganado porque o lugar é tão isolado que o céu noturno se torna um espetáculo que vale qualquer sacrifício! Enquanto as pessoas se revezavam para o banho e o guia preparava o jantar, me sentei na grama e me entretive com as estrelas por um bom tempo. De manhã o nascer do sol foi igualmente lindo e ainda pude rir da empolgação dos europeus por encontrarem uma simples vaca! Tiraram mil fotos da bichinha como se fosse a coisa mais rara e fofa do mundo! Hahaha

Bom dia, sol!

 A primeira parada nesse dia foi a antiga estação do telégrafo, que parece aquelas cidades fantasmas de filme de faroeste, com os escritórios e oficinas todos vazios e cheios de coisas prontas para te matar (Austrália sendo Austrália), como aranhas e bush tomatoes, que são umas frutinhas parecidas com tomates bem pequenos e venenosos.
Aranha com seus ovinhos

Isso era a oficina de um ferreiro

 De lá, fomos para os Devil's Marbles, que é um lugar cheio de pedras curiosamente redondas. Na verdade até as árvores são redondas, parece que lá venta redondo e isso é muito engraçado! Essas pedras redondas que deram o nome do lugar, que significa Bolinhas de Gude do Diabo, ou algo do tipo. A historinha seria algo como o diabo saiu para brincar de bolinha de gude no deserto, mas achou o lugar tão quente que preferiu voltar correndo para o inferno, deixando as bolinhas para trás. Essa é a versão colonizadora da coisa, mas os aborígenes enxergam as pedras como os ovos da grande serpente que criou o mundo, o que faz do lugar sagrado para eles. Independente de qual delas é sua versão favorita, é um dos lugares mais interessantes de todo o deserto.

Viu como venta redondo?

Legal que quando quebra, quebra retinho

Se isso são as bolinhas de gude, o diabo deve ser enorrrme!


Esta é uma rosa do deserto, a flor símbolo do Northern Territory. Linda, né?

 Depois fizemos uma paradinha rápida para o almoço em Wycliff , que seria o equivalente a Varginha na Austrália! Dizem que os UFO's são comuns por lá e tudo é decorado com motivos alienígenas. Gostaria de ter passado uma noite lá. E então finalmente, depois de 3 dias, cheguei a Alice Springs! Esperem até a próxima para saber o que exatamente tem por lá!