quarta-feira, 21 de setembro de 2016

Gold Coast: Parques

O melhor. Do melhor. Do melhor.

Aloooou, meu povo!
  Voltei para contar o que rola nos parques de Gold Coast, a coisa mais perto que temos da Disney de Orlando na Austrália, que na época já era um lugar que estava na minha lista de viagens. Só que os parques de Gold Coast não são da Disney e sim da Dreamworks (Que fez filmes bonitinhos que você possivelmente já viu, como Shrek, Madagascar, Meu Malvado Favorito, Como Treinar seu Dragão, Kong Fu Panda...) e da Warner Bros (Que detém os direitos autorais dos super heróis da DC (Superman, Batman, Mulher Maravilha, Flash, Lanterna Verde...), em torno dos quais a maior parte do parque é montada, da franquia do Scooby Doo, dos Looney Tunes (Pernalonga, Patolino, Piu Piu, Frajola...), dos desenhos da Hanna Barbera (Tom & Jerry, Pica Pau...) e dos filmes de Harry Potter, que nem têm nada no parque, mas vendem alguns produtos). O parque da Dreamworks se chama Dreamworld e o da Warner é o Movie World. Bora falar deles.

Dreamworld: Se não me falha a memória, as principais áreas do Dreamworld são dedicadas à Shrek, Madagascar, Kung Fu Panda e os Looney Tunes, mas também tem umas coisas sem um tema muito bem definido. Em geral, os brinquedos que temáticos de animações são pacíficos e os outros são mais radicais. Digo em geral porque a atração principal da área de Kung Fu Panda, o Pandamonium (Rá! Direto da Praça é Nossa), tem uma versão light e uma versão que PELAMORDEDEUSOQUETÁACONTECENDOAQUI?!?!?! Era para ser um carrossel inocente com caruuagens no lugar de cavalos. Só que as carruagens giram penduradas em um pêndulo que balança. Essa é a versão light. Se você quiser a versão com emoção, o pêndulo completa o giro de 360 graus. Loucamente e sem parar, é basicamente um carrossel com looping. Loucura. Coloco um vídeo que achei no You Tube para vocês terem uma ideia.
Além do Pandamonium (Sério, que nome é esse? Hahaha), merecem destaque o carrossel do Burro do Shrek (Que é meio que o melhor personagem disparado) que é um carrossel normal de verdade, só que com burros e carruagens de cebola no lugar dos cavalos;  The Claw, que é um pêndulo gigante com uma roda de cadeiras na ponta que completa quase 360º, pra mim o pior brinquedo disparado; Cyclone, que é uma montanha russa com 765874 loopings e que sobe uma escada em espiral eterna pra chegar; a MotoCoastes, que é uma montanha russa pequetita que você vai em motinhas; a Tower of Terror II, aka o avião, por causa do barulho cabuloso que ela faz no lançamento, que é basicamente um carrinho atirado a 5877099 km/h sobre um trilho horizontal que depois sobe verticalmente até a gravidade ter a bondade de mandá-lo de volta ao início... E uma porrada de outros brinquedos mais comuns ou que eu não fui. Uma coisa bonitinha do Dreamworld é que ele é todo decorado com estátuas dos personagens para tirar foto, é bem coloridinho, as criancinhas ficam doidas.







Sim, eu me divirto nos cenários

Movie World: Eu gostei mais desse, porque como é um parque mais de adulto os brinquedos são mais emocionantes. Como eu disse, a maior parte das coisas tem temas de super heróis, acho que só as parte do Scooby Doo e dos Looney Tunes mesmo que eram um pouquinho diferentes. Graças ao bom Deus, a montanha russa do Superman estava fechada, tenho o pressentimento que eu não iria nela de qualquer jeito (Envolve um mergulho de quase 90 graus). Destaques nos brinquedos que eu fui: O da sede da Liga da Justiça é bem sem graça, só ficar atirando nos bichinhos que aparecem num carrinho bem lerdo, vá só se sobrar tempo. O do Scooby Doo é legal, é uma montanha russa dessas que fazem curvas super fechadas (para quem foi no Luna Park de Sydney, é o mesmo esquema do Wild Mouse), só que toda no escuro. Tem também o elevador do Batman, que primeiro lança a alta velocidade igual um foguete (tem até contagem regressiva) e depois fica caindo e subindo, horrível; o Arkham Asylum, que é a montanha russa do Coringa e é SENSACIONAL, cheia de parafusos; e a montanha russa do Lanterna Verde, minha favorita, com tudo que uma montanha russa tem direito em uma área pequena e altura grande. Ah! A parte onde ficam os Looney Tunes também é muito legal de ver porque as criancinhas batem papo com os personagens crentes que são todos de verdade. Adultos nem podem entrar nos brinquedos, mas vale a visita pela fofura.


Esse é o Batmóvel, mas o que eu queria mesmo com a foto era mostrar a montanha russa ao fundo.

Quem é Harley Quinn perto de mim? Haha 

Segunda melhor montanha russa de todas! E nem parece!

Essa é a entrada do Scooby Doo

Esse é chato, só vale a foto mesmo.

E é isso. Do parque já pegamos o trem para Brisbane, onde nosso aeroporto favorito nos fez mais um pouco de raiva, nosso vôo atrasou mais de uma hora (Sim, aquele mesmo que perdemos por 3 minutos na ida) mas chegamos bem em Sydney. Para onde fomos depois, já é outra história.

domingo, 18 de setembro de 2016

Foz do Iguaçu - Roteiro



Alooou, pessoas!
 Conforme prometido, voltei com meu roteiro de Foz do Iguaçu. Lembrando que ninguém é obrigado a fazer igual, é apenas uma inspiração, mas devo dizer que fiquei bastante satisfeita com esse.

1o dia: Paraguai + Itaipu: Nós chegamos na madrugada anterior às duas manhã, por isso optamos por esses passeios que não precisam ser feitos muito cedo. Acordamos às 9h, passamos no Musfatto para trocar reais por dólares e pegamos o ônibus em frente ao Terminal para o Paraguai. Como não tínhamos pressa não foi um problema, mas prepare para o engarrafamento na Ponte da Amizade. Se for bem cedinho é bem mais rápido. Ah! Destaque para os motoristas dos ônibus que são muito fofos! Pelo menos os 4 que eu conheci. A passagem para o Paraguai custa 5 reais. Enfim, assim que a porta abre em Ciudad del Este já apareceram vários vendedores entregando panfletos. Desviamos deles e achamos um espaço entre as barracas para atravessar a rua e chegar à Mega Eletrônicos, bem em frente ao ponto onde descemos. De lá subimos a rua até a Monalisa, na mesma rua, mas mais longe da avenida principal, passamos na Cell Shop e depois voltamos o caminho todo até a fronteira para conhecer o Shopping del Este. Só minha cunhada comprou um telefone nesse dia, por 450 reais a menos que no Brasil numa loja dentro do Shopping. Para voltar ao Brasil, é só ir para a avenida principal e encontrar um ônibus (Não vi nenhum ponto). Eles andam bem devagar por causa do caos na rua e como os motoristas são bacanas vão te deixar entrar.
 De volta a Foz, almoçamos perto do hostel e pegamos o ônibus para Itaipu. Chegando à Usina é preciso escolher uma das atividades e comprar ingressos. Nós escolhemos a visita guiada, que é o básico do básico, e custou 30 reais. A visita inclui a exibição de um vídeo sobre a história de Itaipu (Que ignoramos) e um passeio pela represa num ônibus aberto, o que no nosso caso significou muita água, vento e frio por causa do tempo ruim (A capa de chuva custa 10 reais e eu recomendo para quem der o mesmo azar). A parte boa foi que a represa encheu demais e eles tiveram de abrir o vertedouro (O que só acontece durante 10% do ano)e é bacana de ver porque é MUITA água! Segundo o guia, cada vertedouro libera 2 vezes a vazão das cataratas! E ela cai com força no rio espalhando água pra todo lado, fica até bonito.
A barragem em si também é incrível! De uma margem da represa nem dá para ver o outro lado e é impressionante como uma parede só segura aquela água toda e as proporções são todas ENORMES! Canos enormes, paredes enormes, rampas enormes e o ônibus passa lá no topo. Para ter uma ideiado tamanho das coisas, para desviar o rio e fazer a obra foram foi retirado um volume de terra equivalente a duas vezes o Pão de Açucar, lá no Rio de Janeiro. Se tivesse sol eu certamente teria feito o passeio do pôr do sol e talvez até o noturno para ver a iluminação da usina.
 Depois voltamos para casa sonhando com um banho quente e jantamos lá na Churrascaria do Gaúcho, que já mencionei no outro post. Gostosa a comida.
Todo mundo brincando de Zé Gotinha no dia


2o dia: Lado Brasileiro: Possivelmente o dia mais fácil de todos porque não precisa trocar moeda nem mudar de país. Já disse e repito, faça esse primeiro porque como a maioria das cataratas está do lado argentino, se for lá primeiro pode achar aqui um pouco decepcionante.
Acordamos e fomos direto para o Terminal onde pegamos o ônibus sentido "Cataratas", é bem fácil, é o ônibus com maior fila e é só perguntar que todos sabem te informar. Mas não descemos no Parque Nacional e sim no Parque das Aves. Na época, a passagem de ônibus custava 3,20 e a entrada no Parque das Aves era 30 reais, se não me engano. Dentro do Parque não tem muito erro, é um caminho só que você tem para seguir que passa por todos os viveiros e gaiolas. Zoológico é sempre um pouco triste, mas o Parque das Aves se orgulha em dizer que todos os seus animais foram resgatados e por isso não podem ser reintegrados à natureza. De qualquer forma, é um dos zoológicos menos tristes que eu já vi, tem vários viveiros gigantescos que você passar dentro, no meio das aves, é bem bonito. E no final da trilha tem uma lanchonete onde você pode tirar uma foto carregando uma arara, é um clássico do passeio, todo mundo faz. Minha prima Renata, que foi antes de mim, diz que tem um atalho, logo depois do viveiro dos flamingos, onde você pode ir direto para esse lugar da foto, o que é uma boa ideia porque aí você pode evitar a fila que se forma mais tarde e ver os viveiros no sentido contrário dos outros turistas. Quando ela foi, tinha até uma placa fechando o atalho, mas ela pediu ao monitor do Parque e ele abriu a passagem. Comigo aconteceu a mesma coisa, estava fechado, tinha um monitor, pedi para passar e ele não deixou. Haha Ou seja, quando você for pode ser que tenha atalho ou não.
 Do Parque das Aves para o Parque Nacional do Iguaçu não precisa de ônibus, é uma caminhada muito rápida e fácil, só seguir a estrada. A fila para entrar sempre é grande, mas no dia que eu fui estava andando bem rápido. Se quiser adiantar a vida, tem como comprar as entradas pela internet com uma taxa de 6 reais. O preço do ingresso para brasileiros está em 35 reais.
Assim que você entra o pessoal do Macuco vai querer que você compre passeios com eles. O mais popular, que é o que eu fiz, chama-se Macuco Safári, e custa 180 reais! Sim, MUITO dinheiro! Mas como eu já disse, se tiver condições, faça! É uma experiência única, acho que vale a pena. Mas se o golpe for duro demais para tomar assim logo de cara, não se preocupe, no Porto Canoas também tem uma lojinha do Macuco e você pode comprar o passeio lá.
 O próprio moço da loja recomenda que se deixe o passeio para o final, então pegamos o ônibus (Panorâmico, de dois andares, que é para fazer bastante frio. A fila também estava grande mas também foi rápida. A Renata, a mesma do atalho das araras, disse que quando ela foi essa fila estava eterna), passamos direto pelas estações da Trilha do Poço Preto (Que é para quem vai fazer o passeio mais longo- e caro- que dura o dia todo) e do Macuco Safári e descemos na próxima, Trilha das Cataratas.
Conforme o nome criativo sugere, a Trilha das Cataratas é de onde se vê as cataratas. E com uma visão panorâmica, já que, como eu já disse duas vezes, a maioria delas está do outro lado do rio, na Argentina. É uma trilha bem tranquila, cheia de curvas pela margem do rio. É bem legal porque sempre que você acha que já viu todas as cachoeiras, faz mais uma curva e aparecem mais e mais e mais. Como está tudo longe, não molha nem nada, até chegar à Garganta do Diabo. A Garganta é a única que vemos do lado de cá do rio, mesmo que seja um pedacinho. Só que só um pedacinho da Garganta é água pra caramba, então é nessa hora que quem não quiser molhar deve colocar a capa de chuva. Tem uma plataforma que passa em frente a uma das quedas e vai até lá no meio, na bordinha da Garganta propriamente dita. Disparado a parte mais emocionante do lado brasileiro.
No comecinho da plataforma tem uma lojinha e um elevador que leva a galera para o Porto Canoas. Essa fila, pra variar, era enorme, mas não era rápida, então resolvemos subir pela trilha mesmo. É rapidinho, mas é subida.
No Porto Canoas tem restaurantes, lojinhas (incluindo a do Macuco) e algumas lanchonetes, escolhemos um fast food bem mais ou menos, mas era o mais barato. Cuidado com os quatis, eles estão sempre tentando roubar a comida. Os guardas do Parque ficam o tempo todo espantando os bichinhos sacudindo umas garrafas barulhentas (É irritante), mas é sempre bom não dar mole.
 Depois do lanche, decidimos fazer valer nosso dinheiro e ver o que o Macuco tinha para oferecer. Pegamos o ônibus de novo e descemos na estação Macuco Safari. Lá esperamos o horário do próximo passeio e fomos colocados em um carrinho de safari mesmo, desses de filme, todo aberto com várias cadeirinhas dentro. Ele vai andando devagarzinho por uma trilha enquanto o guia conta detalhes sobre a fauna e flora do Parque. Depois ele para e tem uma trilha bem curta no meio da mata que passa por uma cachoeira antes de chegar no porto. Eu como gosto de andar no mato e gosto mais ainda de cachoeira achei bom, mas existe a opção de ficar no carrinho e ir direto para o porto.
 O porto tem, adivinhem, uma lojinha! Lá eles vendem um monte de bugingangas, mas o importante mesmo são as chaves para escaninhos por 10 reais, cabem mais ou menos duas mochilas em cada escaninho. Conselho para a vida: Se não estiver calor, leve uma roupa para trocar e deixe tudo que não pode molhar dentro do escaninho. Sério mesmo. Não, não tem como voltar seco. Não tem. Aceita.
Nós, pessoas tolas e inocentes, pensamos que poderíamos nos proteger com capas de chuva, afinal, elas nos salvaram em Itaipu e na Garganta do Diabo. Só serviram pra incomodar. Felizmente, o guia foi veemente em pedir que deixássemos câmeras e celulares para trás e acabamos por ouvir o conselho dele. Obrigada, guia.
Com tudo no escaninho, passamos na fila do colete salva-vidas e depois entramos num elevador muito louco que leva da lojinha até o porto propriamente dito. Lá fica cheio de barquinhos, mas eles saem um de cada vez. Cada barquinho deve ter umas 16 cadeirinhas e cabem mais 4 pessoas sentadas na parte da frente. Recomendo ir na frente? Sim, se estiver calor. É o lugar mais desconfortável do barco e no frio é o que mais venta. Por conta de molhar mais, não se preocupe, neste ponto do texto você já deve ter notado que não existe a possibilidade de voltar em qualquer estado mais seco do que molhado até os ossos independentemente de onde você se senta. Se você tiver medo também não sente nos lugares da frente porque o barqueiro faz algumas manobras e a frente fica bem inclinada.
Se você prestou atenção durante a Trilha das Cataratas já sabe que o Macuco é pura ousadia e alegria, mas recomendo que não faça isso e se deixe surpreender. Não vou contar até onde exatamente o barco vai para não estragar ainda mais a surpresa, mas saiba que é o bastante para a água entrar pela capa de chuva e lavar a alma. Bom demais!
Sobrevivemos, pegamos o elevador de volta pra lojinha, trocamos nossas roupas molhadas, pegamos o carrinho de safári de volta para a estrada, da estrada pegamos o ônibus para a entrada do Parque e do Parque pegamos o ônibus de volta para o Terminal no centro.
Como meu irmão e minha cunhada nunca tinham ido, paramos na Dreamland para ver o museu de cera. A entrada custa 40 reais e, como eu já disse, é bem legal para quem nunca foi, esculturas de cera sempre impressionam pelo realismo, mas para quem já viu outros museus do mesmo tipo é sem graça, porque no Dreamland não tem como interagir com os bonecos. Um diferencial legal desse museu é que ele tem personagens de desenhos além das pessoas famosas.
Pelo tamanho do texto deu pra notar que foi um dia cansativo, né? Então passamos no Musfatto, compramos comida congelada e tiramos os dólares para voltar ao Paraguai, jantamos e fomos dormir.
Parque das Aves


Isso é o que eu quero dizer quando falo que a paisagem do lado brasileiro dá as melhores fotos

Tô dizendo...

Garganta do Diabo do lado de cá

Museu de cera


3º dia: Lado Argentino: Na verdade não começamos pelo lado argentino, voltamos no Paraguai e compramos as coisas que já tínhamos escolhido no 1º dia. Continuo defendendo que para quem quer comprar alguma coisa por lá essa é uma boa estratégia, porque assim você já sai daqui sabendo quantos dólares precisa. Pegamos o ônibus às 6:30 (A maioria das lojas abre às 6h), então apesar de ser sábado não tinha quase nenhum engarrafamento e estávamos de volta bem antes das 9h. Já tínhamos marcado uma van para o lado argentino às 11h, então ficamos esperando nesse meio tempo. Se você puder ir mais cedo recomendo porque a fronteira da Argentina é muito mais agarrada que a do Paraguai (Ou talvez o problema seja a van). Sei que enquanto o ônibus do Paraguai passa direto, o moço da van teve que descer com nossos documentos e ficou um tempão lá na imigração. Pelo menos depois ele deixou a gente na porta do Parque. Quem for de ônibus normal, tem que pegar no ponto em frente ao Terminal, igual ao do Paraguai, mas custa 6 reais ao invés de 5. Esse ônibus vai para Puerto Iguazu e não para o Parque, então quando chega na cidade tem que pegar mais um ônibus de 12 reais. Ida e volta, dá um total de 36 reais e nossa van cobrou 40. Achei justo.
 Lá no Parque a fila para entrar estava bem menor que no Brasil, mas o preço era maior, porque agora somos estrangeiros, 250 pesos (Mais ou menos 55 reais), que só podem ser pagos em pesos, então não esqueça de levar o dinheiro! Passamos pelas lojinhas e fomos até a Estação Central, onde pegamos o trenzinho que passa de meia em meia hora até a Estação Cataratas. Nossa intenção era ir para a Estação Garganta primeiro, mas quando o trem parou na Cataratas os alto falantes informaram que todo mundo era obrigado a descer. A Renata (Lembram dela?) disse que quando ela foi não tinha essa regra.
Enfim, a fila estava gigante e chegamos à conclusão de que íamos ter que esperar uma hora porque não íamos caber no próximo trem. Um velhinho sentado numa pedra do nosso lado viu nosso dilema e avisou que podíamos ir a pé até a Garganta, era só seguir ao lado do trilho do trem por dois quilômetros. Foi o que fizemos, é bem tranquilo, sem morro nem nada, mas como estava chovendo tinha muito barro. O trem é tão devagar que chegamos quase junto com o primeiro, sendo que esperávamos pegar os segundo.
 Na estação Cataratas, adivinhem, adivinhem. tem uma lojinha! Com um Subway dentro. Depois da lojinha fica a entrada de uma passarela bem (beeem) comprida que te leva para a cabeceira da Garganta do Diabo. Não só um pedacinho, a Garganta mesmo! É muito grande, é muita água, não tem foto que chegue aos pés. Tem que ir lá e ver. Molha um bocadinho também, mas como esse dia estava menos frio, dispensei minha capa de chuva (Que já tava completamente destroçada).
Na volta, paramos no Subway, compramos empanadas e suco de maçã (120 pesos, mais ou menos 30 reais se você levar em peso ou 40 se for pagar em reais) e fomos comer na fila do trem, para não perder muito tempo.
De volta à estação Cataratas tem dois circuitos para fazer: superior e inferior. Sei que o inferior é mais longo, mas nem imagino o tamanho certo de cada um porque cada placa dizia uma coisa. O superior, conforme o nome indica, passa pelas cabeceiras das cataratas, é bem rapidinho, sem subidas nem descidas, tem uma placa indicando a entrada e aí não tem nenhuma bifurcação depois, é só seguir, sem erro. A única coisa que achei ruim foi que a passarela de ida é incrível, cheia de cachoeiras, mas a volta é por dentro da mata, que também é bonita, mas perto da ida fica monótona.
O circuito inferior passa em frente às quedas mesmo. Tem uma parte bem legal que ele atravessa o abismo formado por uma das cachoeiras, tem partes com umas visões panorâmicas no estilo do lado brasileiro e tem uma cachoeira menos que chega pertinho (Se não tivesse ninguém vigiando dava até pra nadar). Também é nesse circuito que fica a entrada do Macuco Argentino. Ele é praticamente o mesmo preço do lado brasileiro, só que bem mais rústico. Parece que não tem a parte da trilha também, é só o barco e dizem que é mais perigoso. O circuito inferior é bem mais longo que o superior e tem algumas subidas pesadinhas, então quem for, vá preparado. Ah! Os dois circuitos molham muito pouco, dá pra ir sem capa de chuva.
 O parque fecha 18h, o último trem é 17:30, mas conseguimos pegar o de 16:30. (Considerando que chegamos meio dia, é um passeio bem rápido). Nesse horário a regra de descer em todas as estações já tinha acabado e a fila para Garganta já estava bem menor, então talvez seja melhor fazer Cataratas primeiro e Garganta depois. Enrolamos um pouco comendo alfajor na loja da Havanna (Que é cara igual seria fora do Parque) até a van chegar (Ela estava marcada para 18h).
 Nossa van nos deixou no centro de Puerto Iguazu, onde tem uma feirinha famosa que eu não entendi porque é famosa. Lá só tinha alfajor, azeitona, um ou outro pote de doce de leite e alguns vinhos. Tudo uma bagunça, apertado, barulhento, não gostei. Dizem que é bom para comprar couro também, mas só achamos três lojas lá em volta. Pode ser porque estava chovendo, mas o lugar estava frio, vazio e escuro. Quem vai para Puerto Iguazu e gosta costuma ser quem vai em algum dos restaurantes chiques ou nas baladas (Tem até um cassino), mas nós estávamos molhados, sujos e cansados e até o movimento começar de verdade íamos ter que esperar mais umas 3h. Para facilitar ainda mais a decisão, os caminhoneiros resolveram fazer greve e fechar a fronteira, então voltamos depressa, por volta das 19h, jantamos 5 reais de caldo no Musfatto e fui dormir. Os meninos ainda foram num bar chamado Amarantha, ao lado do hostel (Depois eles descobriram que é um point LGBT), bonitinho com karaokê e garçons que não servem as pessoas.
 Aí no outro dia foi só acordar, pegar o ônibus para o aeroporto e voltar para casa.
Garganta do Diabo no lado argentino

Isso é o que eu quero dizer quando falo que no lado argentino a gente vê mais de perto



terça-feira, 2 de agosto de 2016

Gold Coast

É Surfers Paradise, dã!

Aloooou, meu povo!
Já voltei! Dessa vez para falar de Gold Coast, uma cidade de tamanho médio que fica pertinho de Brisbane (3 horas de trem), capital de Queensland. Como Brisbane é a BH da Austrália e não tem praia, Gold Coast é meio que a Guarapari deles (Mineiros e entendedores entenderão), é onde todo mundo vai nas férias e feriados. E aí a cidade vem crescendo na base do turismo, tudo lá é hotel, shopping e parque temático. Creio eu que depois de Sydney essa é a cidade favorita dos brasileiros para morar (A minha segunda colocada continua sendo Adelaide), creio que por dois motivos principais:
1- É a cidade grande com as praias mais parecidas com as nossas. Já mencionei que as praias de Sydney são em geral pequenas faixas de areia com penhascos dos dois lados. Pois em Gold as praias são longas, tem muito menos animais assassinos que a média australiana e ondas boas para o surf (A praia mais famosa da cidade não se chama Surfers Paradise a toa).
2- Gold Coast está crescendo na velocidade da luz, parece que a cidade inteira está em obras, então é bem fácil achar emprego nelas sem precisar de qualificação nem falar inglês.
Minha viagem foi um bate e volta bem rapidinho, durou só três dias, mas rendeu um bocadinho de histórias pra contar.
Começando com a luta que foi chegar lá. Eu adoro mato e natureza mas confesso que tenho um fraco por parques temáticos, então já tinha bastante tempo que eu tentava achar uma passagem para Gold Coast. Achei e convenci a Ana a ir comigo. Pegamos nossos mochilões e depois o ônibus para o aeroporto de Sydney com duas horas de antecedência, como fizemos em todas as nossas 6758790 viagens anteriores e sempre deu certo. Durante o ano inteiro que vivi em Sydney eu vi apenas dois engarrafamentos, um quando passei em frente ao Allianz Stadium na hora que acabou um jogo de criquet e nesse dia, a caminho do aeroporto, por causa de um acidente. Simplesmente não andava!! Faltando meia hora para o vôo (Já tínhamos feito o check in online), descemos do ônibus e corremos até o aeroporto. Chegamos ao portão de embarque com UM MÍSERO MINUTO de atraso, o moço estava trancando a porta, dava pra ver o avião na pista... Perdemos o vôo. O único que perdi na vida e não recomendo pra ninguém. Pagamos uma taxa e conseguimos lugares no avião da manhã seguinte.
O aeroporto de Gold Coast é um pouco longe do centro turístico, como a maioria dos aeroportos, mas não é longe da cidade e isso é que é engraçado. Creio que a maioria das cidades tem um centro e então tudo cresce e volta dele, formando algo próximo de um formato circular. Gold Coast é esticada, uma linha que acompanha a costa, então saindo do aeroporto você pega uma avenida, já com casas e lojas, e anda muito nela até chegar no centro.
Das coisas que tem no centro de Gold Coast

 O hostel que ficamos chama-se Hostel Gold Coast International Backpackers Resort (Um nome simples e prático). Ele estava bem avaliado no Hostel World e era bem mais barato que meu amado YHA. Dessa vez não me arrependi de ter arriscado. Ele é super bem localizado, dá pra ir a pé até Surfers Paradise e é pertinho do ponto de ônibus para os parques. A recepcionista, que talvez também seja a dona, chama-se Jo e é super simpática e prestativa, chama todo mundo de honey e darling o tempo todo. Eles fazem a gente se sentir bem vindo mesmo.
 Na volta eu esqueci o tripé da minha câmera debaixo da cama e liguei pra Jo para perguntar se ela tinha achado. Ela não só acho como guardou, levou ao correio e enviou de volta para mim na mesma semana! Não sei se é porque estou acostumada com a desconfiança brasileira, mas não esperava que fosse ser tão facil.
 Outro pequeno destaque da nossa estadia foi nossa companheira de quarto. Éramos quatro, mas uma das meninas nunca estava, a outra era uma senhora, bem mais velha e muito doida! Ela já estava lá há muito tempo, parece que ela estava meio morando no hostel, e tinha umas idéias meio alternativas. Ela criava plantas no quarto e estava reagindo uma mistura no banheiro que, segundo ela, substituía o sabão em pó de forma sustentável.
 Beleza, recomendei o hostel, agora o que tem pra fazer?
 Primeiro, claro, visitar Surfers Paradise. Se você espera uma praia vazia, cheia de árvores, areia clara e água transparente, passou longe. A areia é amarronzada e o mar também não é o mais limpo que já vi. A praia é bem longa, mas bem no meio da cidade, então nada de árvores. Bem na orla tem uma feirinha de artesanato, até bem bonitinha, que garante o fluxo de pessoas.
 Caminhe até o letreiro, monumento, sei lá, que diz, adivinhem, Surfers Paradise e pegue a rua em frente, perpendicular à praia. Essa rua é uma espécie de shopping a céu aberto, não passam carros e tem muuuuitas lojas, inclusive alguns shoppings. Lá tem umas coisas interessantes que não se acha em qualquer lugar, como um pub da Domino's Pizza, uma loja onde você pode montar seu próprio urso de pelúcia, uma de churros gourmet,lojas de roupas bem coloridas (No estilo de verão eterno que eles vivem em Gold e com preço razoáveis), artistas de rua e restaurantes de todo lugar do mundo!
Esse letreiro

Nós comemos em um que se chama Curry Express, é bem gostoso, rapidinho e barato, mas não é em Surfers Paradise, é na rua onde passa o bondinho (Que quando fui já estava quando pronto e agora deve estar fazendo maravilhas pelo transporte público de lá). Outro bonitinho que achei interessante é o Pancakes in Paradise, que tem vários sabores de panqueca e é bom para o café da manhã.
 Passamos uma tarde lá e os outros dois dias gastamos nos parques temáticos, fomos só no Dreamworld, da Dreamworks, e no Movie World, da Warner Bros, dispensamos o Sea World e o Wet'n Wild por falta de tempo, dinheiro e vontade mesmo. Conto minhas impressões sobre cada um no próximo post.

domingo, 31 de julho de 2016

Random Piece of Story


Hey, people!
Last Friday my lovely boss gave me a day off. I tried as much as I could to arrange a trip, I called all my friends in vacations and none of them could, I tried to go on my own, but everything was too expensive. So I settled down with exploring a little city in the heart of Minas Gerais called Belo Horizonte.
I’ve been living in Belo Horizonte for 23 years and there’s not much I haven’t done yet, but there were a few new attractions inside the old attractions that I hadn’t seen. So I made a plan and convinced my brother to join: We would see the Japanese Garden and the Aquarium in the Zoo and finish with the traditional bike ride around Pampulha Lake in the sunset on Friday, go to Serra do Curral’s Park on Saturday and on Sunday we would take my sister-in-law to see Inhotim, the open air museum of modern art.


Everything was going well on the first day, we saw the Garden (Disappointing, I must say) and the Aquarium, but then my brother decided to go back home for work, thus I was alone for the ride.
A brief explanation about how bike rides work in Pampulha. There’s an app that will let you rent a bike at any of the stations around the lake for an hour. After this time, you must leave the bike at any station for fifteen minutes and then you can use it for one more hour. If you don’t return it in time, you pay 6 reais for every 15 minutes late. The whole lake has 18km but the stations are distributed in only 6 of them, it means that after the last station you must make an almost non-stop ride to get back to the first station in time.

Okay, back to the story. I left the last station around 4pm. I was cycling slowly and even stopped for some photos. I was midway between the stations when I realized I’d be back at the station around 5pm and since the sunset was expected for 5:20, I would miss it.. I had a few options:
1- Forget the sunset and go back home at 5pm
2- Stop at the Museum of Modern Art (The best sunset spot in the lake) and pay the fines for returning the bike late
3- Leave the bike at the station at 5pm and walk to a point where the view wouldn’t be as good as at the Museum
I liked none of them. While my mind rushed through which one would be the less bad, I saw the giant wheel turning at Guanabara Park.
Since the wheel started running, in 2010, I had been to the Park twice. The first one the wheel was closed for repair and the second it closed while I waited in line, due to rain. Today it was working. Suddenly I had a chance to check another new attraction of the city I hadn’t seen yet. And since it was right next the bike station, I could get to it on time for the sunset and see it from the perfect spot at the top of the wheel.
Now enters a funny mechanism of my brain. Everytime I take an impulsive decision, it automatically tries to change my mind.
“But you hadn’t planned it!”
“You have not enough money.”
“What if they don’t accept your credit card?”
“It’s vacations, there’s probably a huge line there and you’ll miss the sunset.”
“People will laugh at you cause you’re alone in the park.”
Not today, brain. Not today. I shoved all this stupid excuses away, speeded up my pace and got the station at 4:50. Crossed the street, entered the crowded Park and checked the line: around 15 people, it wouldn’t take long. I rushed to the cashier and they accepted credit cards with a 2 reais tax. The woman couldn’t believe I wanted a single ticket for a single ride, but she sold it anyway.
From the top of the stairs where I waited for my turn in the wheel I could see the sun disappearing behind some houses, the sky slowly turning orange. Right when it was half set, the wheel stopped and I got a gondola for me only.
When it started moving, carrying me higher, above the houses, I could see the orange sun again, shining behind the Skytower. The sun followed me all the way, rising when I went up, setting when I went down. I not only got one beautiful sunset, but as many as cycles of that wheel. With every turn of the wheel I would have to go higher to see the sun again.and the sky would get more and more orange, then purple. Until one turn I reached the top and the sun didn’t appear. I went down and the wheel stopped. Perfect timing.

I was happy beyond measure. I literally hopped to the bus stop. Not only because I had ten sunsets in a day. Not only because I finally rode that wheel. But because I did what I wanted. Not caring for plans, not caring for other people opinions’, not caring for risks that existed only inside my head. I took a chance and it was better than expected.
I’ve been doing this the whole year and, believe me, it usually is better than expected. If you have a chance, go! Try! I’ve learned that it is worth to explore an island in four days. It is worth to take a flight for a new capital in one weekend. It is worth to take a ride to see a neighbour city in one day. It is worth to leave home to visit a park in half a day. It is worth to find a good spot to see the sunset for 30 minutes. All we need to do is pay less attention to excuses and more to the opportunities.

sexta-feira, 29 de julho de 2016

Adelaide

O melhor lugar da Austrália para achar simpáticas cidades alemãs

Alooou, meu povo!
 Bora continuar acabar de atravessar esse deserto?
 Depois que minhas amigas foram embora de Alice Springs de volta para Sydney, eu peguei um Greyhound Bus com destino a Adelaide. Creio que esta é a primeira menção ao Greyhound neste blog, basta que vocês saibam que é uma companhia de ônibus que opera em praticamente toda a Austrália, inclusive nos lugares mais desertos, tipo o deserto. Eles são bem confortáveis, tem até entrada USB para carregar os eletrônicos e cobra preços bastante razoáveis. O de Alice Springs para Adelaide sai de manhã, umas 10h e chega umas 5h da manhã.
 Destaques interessantes da viagem: Essa parte sim é deserto de verdade! Sem árvores, só areia vermelha pra todo lado, uma planície sem fim, que é o que eu esperava desde o início, achei estranho quando vi tanto capim lá pros lados de Alice Springs. É uma paisagem bonita de um jeito diferente do que estamos acostumados. E um pôr do sol lindo!



 Uma das paradas do ônibus é em Coober Pedy, que é onde jantamos, e confesso que eu estava louca para ver essa cidade! Reza a lenda que ela é subterrânea, por causa do calor, e que tem absolutamente tudo lá. Pensei que o ônibus ia parar debaixo da terra, mas nem foi, parou num posto de gasolina como qualquer outro. Até tentei achar algum indicativo de entrada para o subsolo, mas nada, tinha ruas e casas e galpões, tudo na superfície mesmo. Como o ônibus estava atrasado não tive tempo de fazer uma pesquisa profunda, então acho que vou ter que voltar lá para ver.
 Mas o que eu achei o mais legal mesmo foram os aborígenes.Depois de Alice Springs só passamos em duas cidades, Coober Pedy e Port Augusta, todas as outras paradas eram aldeias aborígenes. O Greyhound, além de transportar pessoas, faz bico de correio para as aldeias e é aí que a coisa fica interessante, porque os pontos de ônibus são na verdade caixas de correio. Isso mesmo, a cada uma porrada de quilômetros tem uma caixa de correio na beira da estrada, o ônibus para do lado, o motorista desce, pega umas carta, deixa outras e segue viagem. Às vezes têm alguns aborígenes ao lado da caixinha, esperando para pegar o ônibus. Nem sinal das aldeias de onde eles ou as cartas vêm, imagino que elas sejam muito isoladas e que eles tenham que andar muito até a estrada. Achei um sinal interessante da adaptação deles à vida urbana.
 Depois de uma longa viagem, desembarquei cedinho em Adelaide para descobrir a cidade toda fechada porque era Anzac Day, que é o dia que a Austrália presta homenagens aos soldados da Segunda Guerra Mundial. Passei no hostel rapidinho para deixar a mochila e voltei para a rodoviária para pegar o city tour que ganhei quando comprei o passeio para Handorf (Em breve).
 Meu Deus! Como as pessoas não amam Adelaide? Acho que depois de Sydney, ela seria minha próxima escolha. Parece cidade do interior, as casinhas são muito fofas, quase nenhum prédio, muitos jardins, pouco movimento, mas tem todas as facilidades da cidade grande: shoppings, museus, estádio, restaurantes, aeroporto, universidade... E tem um clima friozinho muito gostoso. Ah! E tem praia!
Arquitetura antiga...


... e moderna...

... antiga...

... e moderna de novo!

 O tour passou por tudo isso mas fez paradas no Centro de Vinhos, que pertence à Universidade de Adelaide. A região de South Australia é excelente para as vinícolas por causa do frio e a indústria do vinho é tão forte por lá que a universidade criou um curso de especialistas em vinho e esse Centro para facilitar os estudos deles. Lá tem uma loja onde eles vendem os vinhos desenvolvidos pelos estudantes e jardins lindos! Depois paramos um pouquinho na praia, que é bonita, mas ficou um pouco prejudicada pelo frio. O que eu mais gostei lá, como em boa parte da cidade, foi a arquitetura. Os monumentos, as lojas, as casas, tudo na praia dava a sensação de estar em outro século.
Centro de Vinhos

Por dentro...


... e por fora.


Casa da praia




 Voltei para o meu hostel e lá conheci uma moça muito doida e gente boa demais chamada Karen. Nosso quarto tinha quatro pessoas, mas as outras duas já estavam dormindo. Karen morava em Sydney, como eu, e estava em Adelaide há uma semana, visitando a irmã, e ia embora no dia seguinte, por isso queria companhia para visitar pela última vez seu restaurante favorito, chamado Dumpling King. Como eu também estava sozinha e faminta, fui com ela.
 O restaurante é mesmo muito bom, recomendo. Conforme o nome indica, eles servem dumplings, que são uma massa asiática que parece uma trouxinha de macarrão recheada com o que você quiser e cozida no vapor. É bem gostoso. Conversa vai, conversa vem, descobri que Karen era gastroenterologista e trabalhava para um médico renomado especialista em... Chron! (Que para quem não sabe, é uma doença crônica rara que eu possuo) Coincidência pouca é bobagem.
Mais conversa vai, mais conversa vem, e ela descobriu que eu nunca havia provado uma iguaria chamada fried ice cream, que é exatamente o que você está pensando que é: sorvete frito. E assim vamos eu e Karen rodar Adelaide fechada em pleno Anzac Day em busca de um sorvete frito! E achamos! Para os interessados, vende em lojas de comidas asiáticas e é meio que uma bola de sorvete empanada com uma massa fininha e frita bem rapidinho, então derrete pouco. É bom, mas prefiro sorvete normal.
Lanternas clássicas de China Town

No dia seguinte peguei outro tour, dessa vez para Handorf. A primeira parada é no mirante para ver a cidade, bem bonito, mas como estava nublado e cheio de neblina fiquei com a impressão de podia ter sido melhor.


De lá fomos direto para a cidade, mas devo dar destaque para o caminho até lá. Eles chamam a região de Adelaide Hills, um nome muito justo já que a paisagem é uma infinidade de colinas, cobertas de grama verdinha e alguns ajuntamentos de árvores. Acontece que o clima de Adelaide é temperado, bem diferente do resto da Austrália, e por isso os europeus acharam que seria uma boa ideia replicar a vegetação deles por lá. Eu tive a sorte de chegar lá em pleno outono e por isso as árvores estavam todas coloridas, algumas marrons, outras laranjas, vermelhas, amarelas e até umas verdes, do jeito que se vê em fotos da Europa. Pra gente que veio do Brasil e não está acostumado é lindo!




Para completar meu clima de Europa, Handorf é uma cidade alemã perdida no meio de South Australia. Alemã mesmo! A arquitetura é alemã, os restaurantes vendem comida alemã, tem bandeiras da Alemanha nas ruas e dá até pra ouvir gente falando alemão aqui e ali.

A cidade é minúscula, praticamente só a rua principal e algumas casinhas em volta (Como quase oda cidade pequena da Austrália e Nova Zelândia), mas vale muito a visita porque é fofa! E é bem diferente do resto do país. Para quem leu/assistiu a série Harry Potter, me senti um pouco no beco diagonal. As lojinhas são todas muito próximas uma da outra, com aquelas vitrines de vidro, muita gente circulando entre elas e produtos bastante bruxescos. Tinha lojas de velas (Apenas velas), enfeites fantásticos de jardim (Fadas, dragões, duendes...) e uma loja com todos os doces da vida (Estilo Honey Dukes), incluindo sapos de chocolate. No ramo mais normal do comércio tínhamos pubs clássicos (Que vendiam cerveja alemã e comida alemã com paredes decoradas de bandeiras da Alemanha, claro) e lojas de roupa (A maioria de lã). Fucei todas as lojas e os jardins que surgem do nada no meio delas, tomei um chocolate quente com torta de maçã no pub e voltei para o hostel.




No dia seguinte levantei cedo para pegar o ônibus e assisti o sol nascer em um dos aeroportos mais bonitos que já vi. Eu atravessei o deserto e sobrevivi para contar. Hora de voltar para casa.