O melhor jeito de colocar a Disney e Darwin na mesma imagem |
Alooouuu, meu povo!!
Voltei!! E conforme prometido, iniciaremos a travessia do lendário Outback. Para quem não sabe, o Outback é um deserto vermelho e muuuuito grande que ocupa o miolo da Austrália todinho! E bem no meio dele fica a atração mais visitada do país, o Uluro, ou Ayers Rock, mas chegaremos lá mais tarde. Vou começar do começo.
Se você pretende fazer a travessia completa existem dois começos possíveis: Adelaide, que é a capital mais ao sul do país, ou Darwin, que é a mais ao norte. De qualquer forma, uma será seu ponto de partida e a outra seu ponto de chegada. Eu escolhi o sentido Darwin-Adelaide, aka Norte-Sul, por motivos de saía mais barato.
Tá ruim de ver, mas esse foi meu trajeto completo |
O deserto é meu lugar favorito em toda a Austrália? Não. Mas foi de longe minha maior aventura durante todo o intercâmbio e recomendo muito! É uma coisa que não se vê em nenhum outro lugar e tem lugares tão mágicos que a gente até começa a botar mais fé nas histórias aborígenes. Mas chega de enrolação e vamos ao que interessa.
Uma coisa boa de se saber sobre Darwin para mochileiros: É super de boa dormir no aeroporto! Sem dúvidas o mais confortável de todos que dormi dentro e fora da Austrália. Normalmente o que temos são cadeiras com braços, caso você consiga dormir sentado, ou o chão para quem quiser deitar. Darwin tem maravilhosos sofás de DOIS lugares!!! Cinco estrelas!
E de quebra, esse é o nascer do sol visto de Darwin |
E aí quando você sai do aeroporto para as ruas é que vem a parte triste: Darwin é MUITO quente e úmida! Nunca fui a Belém do Pará, mas pela latitude de ambas as cidades e pelo que já ouvi dizer, creio que seria o equivalente brasileiro mais próximo. Darwin é daquelas cidades que absolutamente todos os lugares possuem ar condicionado e que só vale a pena tomar banho antes de dormir porque mesmo que você fique parado na rua estará pingando de suor em menos de 30 segundos!
Mas aí você olha à sua volta e percebe que está em uma linda península, repleta de ilhazinhas cercadas pelo mar e pensa: Tranquilo, vou nadar! Ah vai! O mar de Darwin é dos mais perigosos da Austrália, que é o mar mais perigoso do mundo! Repleto de crocodilos de água salgada e águas-vivas assassinas. O troço é tão feio que tem um pedaço com uma muralha anti-crocodilo e uma rede anti-água viva eainda assim quem entra na água é considerado louco.
Último aviso: Para quem está acostumado ali com as cidades grandes, como Sydney e Melbourne, a quantidade de aborígenes nas ruas de Darwin (E da maioria das cidades do deserto) pode ser estranho. Infelizmente eles sofreram um caso parecido com o dos índios aqui do Brasil: Chegou uma cambada de homem branco, catou as terras deles e falaram: De boas, podem morar com a gente. Mas não é assim que funciona. Os aborígenes não se adaptaram bem à cultura dos "brancos", que por sua vez tinham (E têm) muito preconceito com eles. Como se não bastasse, eles conheceram o açúcar e o álcool e tornaram-se viciados em ambos. Isso significa que a maioria dos aborígenes que vivem nas cidades são marginalizados. Muitos são diabéticos e/ou alcóolatras. É consenso geral de que apesar de muitas vezes sujos e mal cuidados eles são inofensivos e até simpáticos, os locais recomendam cuidado apenas com os que estiverem visivelmente bêbados (Recomendação eque deve ser estendida a qualquer pessoa, independente da origem).
Beleza, agora que já queimei o filme da cidade, vamos para a parte boa: Darwin é bem pequenininha porque teve que ser reconstruída do zero outro dia mesmo (Maiores explicações em breve), então é possível conhecer tudo a pé e em um dia só. Quando perguntei à recepcionista do meu hostel o que tinha para fazer na cidade ela me recomendou dois lugares: O Bicentennial Park e o Waterfront. Como ela disse que o Bicentennial era bom para ver o pôr do sol, escolhi começar pelo Waterfront.
Como diz o nome, o Waterfront fica de frente para a água, mas até aí boa parte da cidade também fica. Só que lá eles fizeram uma espécie de shopping, com restaurantes, agências de turismo e algumas lojas de roupa, tudo para quem tem mais dinheiro que eu. Mas o que realmente importa é que lá fica a piscina com ondas! Pensa: Em uma cidade que faz um calor do inferno e que entrar no mar é um risco mortal, essa piscina é O melhor lugar para os locais! O pessoal até surfa nela (Literalmente, com prancha e tudo!) e se não me engano a taxa de entrada é 2 dólares.
Essa é a vista do alto do shopping do Waterfront. Aquele muro cinza no meio do mar é para os crocodilos |
E, acredite se quiser, essa é a piscina de ondas |
De lá, segui para o Bicentennial Park. Fiz uma caminhada na trilha de lá, que passa por entre as árvores até um mangue, é bem bonito. Também passei pelo cinema ao ar livre que tem lá do ladinho! É bem famoso porque é no estilo daqueles cinemas de filmes antigos, cheios de luzinhas e de frente para o mar, mas não gostei do filme que estava em cartaz. Conforme sugerido pela recepcionista, na hora do pôr do sol me juntei a um monte de pessoas que estavam na grama e vi um espetáculo muito melhor que qualquer filme!
Essa a trilha do Bicentennial. Achei esse poste aí super Nárnia tropical |
E este o fim da trilha. Achei que vale a pena. |
Essa é a entrada do cinema ao ar livre |
E a vista a partir desta mesma entrada |
Eu vi o sol se pôr em vários países, várias cidades, no mar, entre as árvores, atrás de montanhas, cada um mais lindo que o outro. Me considero uma colecionadora de pores de sóis (Se é que existe plural disso), é uma coisa que faço questão de ver em todos os lugares que acho bonitos. E Darwin é sem dúvidas o número 1 da minha lista. O Bicentennial Park é estrategicamente localizado de forma que o sol se põe no mar atrás de várias ilhas que estão atrás das árvores e o sol se colore de tons de laranja que eu pensava só serem possíveis em lugares poluídos, mas que existem em Darwin onde mal tem gente!
Olha isso!!! |
Sério mesmo?!? |
No words needed |
Depois disso fui para o quarto dormir cedo porque meu ônibus saía no outro dia cedo. Mas ficam aqui duas dicas para quem tiver mais tempo (e dinheiro) que eu na cidade: Há boatos de que Darwin tem um restaurante de carnes exóticas onde você pode experimentar legalmente crocodilo (E dizem que é muito bom), mas eu não encontrei o lugar. E visite o parque nacional de Kakadu. Por mim! Eu queria muito, mas ele fica ao norte da cidade e eu precisava ir para o sul! Vi as fotos de amigo que foi e é exatamente como eu esperava: Verde, repleto de cachoeiras lindas e com um pôr do sol que eu aposto que seria um páreo duro contra Darwin propriamente dita. Como não deu pra ir, volto no próximo post com o que acontece com quem decide ir para o sul. Inté!!