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A Desolação de Smaug! Outro que podia muito bem ser Franz Josef. |
Aloooouuu, meu povo!
Vou-me embora para Gold
Coast em breve e ainda tenho um trabalho de 5000 (CINCO MIL!!) palavras para fazer e claro que nessas
circunstâncias não há nada melhor para fazer do que procrastinar no meu blog! Eba!
De acordo com a última vez
que eu chequei, estávamos em Wanaka e de lá fomos para Franz Josef, que é
basicamente uma geleira. Nessa parte os brasileiro tudo pira: Aaaaana! Você viu neve? Não.
Desculpa se te decepcionei. Prometo que explico o porquê em breve.
Antes de começar a falar
sobre o vilarejo de Franz Josef devo falar sobre nossas paradas no caminho,
porque não tinha ônibus e tivemos que pegar um tour. A primeira foi uma
cachoeira ma-ra-vi-lho-sa! Sério, lembra daqueles lagos transparentes que tem
pra todo lado nesse país? Agora pega essa água de geleira e usa em uma
cachoeira beeeem grande! É isso. Depois paramos para almoçar em uma fazenda de
salmão. Não é todo mundo que gosta, mas eu comprei um sanduíche de salmão
fresquinho por bem menos que o preço normal e fiquei bastante satisfeita.
Recomendo. Ah! Outra coisa importante da estrada: Ela é apenas para os
corajosos. Muita curva e beira de penhasco. NÃO vá se não estiver seguro no
volante! Por favor!
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Olha essa água, vééiii!! |
Chegando em Franz Josef,
temos a boa velha estrutura de duas ruas de Wanaka, só que ainda menor porque
são ruas e não avenidas. Uma na verdade é a estrada e nela temos um trailer de
"cachorro quente" (Na verdade é salsicha frita no palito, mas eles
vendem uma pavlova sensacional!- Não sabe o que é pavlova? Parece um suspiro,
só que mais molinhos e com molho de frutas por cima. Joga no Google), uma loja
de arte Maori (Que são meio que os índios locais), um mercado, uma
igrejinhazinhainha (Porque é muito pequerrucha mesmo) e alguns hotéis. Na rua
de trás temos mais hotéis, um centro de conservação de kiwis (O pássaro, não a
fruta) e se você for um pouco mais para frente vai achar até piscinas termais.
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Os vitrais da igrejinha |
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Não é muito fofo? |
Nós ficamos em hotel, mas
pagamos preço de hostel, chama-se Chateau Franz Josef. Digo que era hotel
porque apesar de ter três beliches nosso quarto era como um apartamento, com
pia, frigobar, banheiro e ainda por cima só estávamos eu, Bruna e Fê de
hóspedes, ou seja, quarto privado. Hahaha Ah! Eles também oferecem sopa (É
quase que só água com legumes, mas é grátis, poxa!) e café da manhã de
panquecas! (Só doces, mas é grátis, poxa!)
Bom, aí quando chegamos na cidade
já era de tarde e a recepcionista do hostel disse que era melhor ir na geleira
só no dia seguinte. Perguntamos o que sobrava para fazer naquela cidade
enooorme de duas ruas e ela nos recomendou seguir uma trilha na floresta atrás
do hostel que levava a uma caverna com gloworms. Para quem não sabe, gloworms
significa vermes brilhantes e é isso mesmo. São minhoquinhas muito comuns na
Nova Zelândia (Tem algumas na Austrália também) sendo as mais famosas em
Waitomo (Chegaremos lá), que se prendem ao teto das cavernas como um fio e elas
são bioluminescentes na ponta. O resultado é que quando a caverna está cheia
delas parece um céu estrelado e é lindo! Mas em Waitomo a visita é caríssima e
a chance de ver o espetáculo de graça pareceu ótima para nós. A moça falou que
a trilha era fácil de seguir e que só recomendava que a gente levasse uma
lanterna, coisa que compramos no mercado e seguimos serelepes para a caverna.
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Começo da trilha para a caverna |
A trilha realmente não tinha erro porque não haviam bifurcações,
mas tinha morros consideráveis e a floresta era muito úmida, o que faz barro e
consequentemente deixa tudo escorregadio. Ebaa! E ainda quase fomos atropeladas
por um veado. Quando finalmente chegamos na caverna todo o esforço valeu a pena
porque ela era linda por fora! Pequenininha e toda verde! Era uma mina mas
agora já está desativada. Assim que colocamos os pés lá dentro percebi que a
moça esqueceu uma recomendação: Galochas. A caverna era alagada! Ok, água na
altura do tornozelo, mas num frio de 10 graus não é nada divertido! E para quem
ficou curioso, nós vimos UM mísero gloworm. E eu nem tenho certeza se era mesmo
um ou só ilusão de ótica. De qualquer forma, valeu pela aventura.
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Quase passou por cima de nós |
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Olha que caverna linda! |
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A trilha é fácil... Uhum... |
No dia seguinte fomos à bendita geleira. Tem um ônibus que
sai de qualquer uma das duas ruas e te leva até o parque nacional. Chegando lá
é só seguir a trilha. O lugar é completamente desolado! Para quem conhece o
Senhor dos Anéis, Mordor foi filmada em Tongariro e eu achei um desperdício!
Franz Josef faria muito melhor! O problema é que a geleira já cobriu quase todo
o parque e mesmo depois de derretida a terra está tão danificada que nada
cresce. Falando em derreter, tem um mirante que mostra até onde a geleira ia
há, sei lá, 50 anos atrás e... Putz! A gente tá muito perdido com esse
aquecimento global.
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Deu pra entender? A geleira ia até essa parte branca mais alta, meio transparente, onde tá escrito 1865. Sim! Quase até o topo das montanhas! |
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Isso é o que tinha nas últimas medições, em 2010 |
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E isso foi o que eu vi do mesmo ponto no verão de 2013. Assustador, não? |
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Um rio de gelo derretido |
E aqui nós chegamos na parte do Aaaana!
Você viu neve? Não. Vários motivos. Primeiro por causa do tal
aquecimento global que reduziu a geleira. Segundo porque era verão, então ela
estava ainda menor e terceiro porque teve um deslizamento de terra bem no meio
do caminho, o que nos impediu de chegar mais perto. Sim, eu fiquei um pouco
decepcionada. Ah! E como eu
faço pra ver neve então? Bom, tenho algumas sugestões: Você pode descer
do ônibus um ponto antes e ir à Fox Glacier ao invés de Franz Josef. Fê e
Rô-não-Todo-Poderoso-Rei foram até lá e disseram que é melhor. Outra opção é ir
nas geleiras mais ao norte, próximas à Christchurch, que dizem ser maiores. Ou
ainda, claro, você pode ir no inverno. Se eu me arrependi de ter ido até lá? De
forma alguma! Além de ser um cenário completamente diferente de tudo que já vi,
o derretimento da geleira forma cachoeiras lindas! Vejam e comprovem:
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Isso é o mais perto que eu cheguei da geleira |
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Isso é o que eu quero dizer com desolado |
Nesse mesmo dia pegamos o ônibus de volta até Wanaka, onde fomos
abençoadas por uma porta quebrada no hostel que inutilizou o nosso quarto e
fomos colocadas em uma suíte só nossa, com televisão e tudo. Outra curiosidade
desse dia é que conhecemos um grupo de 11 americanos (E um uruguaio que falava
português melhor que eu) que estavam usando a cozinha tendo reservado apenas
uma cama! E vocês pensando que só brasileiro é trambiqueiro! E mesmo essa única
cama era só porque um deles precisava da internet para uma entrevista de
emprego! Hahaha Os outros estavam dormindo nas campervans (Que são como
mini-trailers, carros com cama e uma cozinha beeeem pequena, o que explica
porque eles preferiam a do hostel). No dia seguinte rumamos para o extremo sul.
Destino? Dunedin!