quinta-feira, 15 de maio de 2014

Franz Josef




A Desolação de Smaug! Outro que podia muito bem ser Franz Josef.


Aloooouuu, meu povo!
  Vou-me embora para Gold Coast em breve e ainda tenho um trabalho de 5000 (CINCO MIL!!) palavras para fazer e claro que nessas circunstâncias não há nada melhor para fazer do que procrastinar no meu blog! Eba!
 De acordo com a última vez que eu chequei, estávamos em Wanaka e de lá fomos para Franz Josef, que é basicamente uma geleira. Nessa parte os brasileiro tudo pira: Aaaaana! Você viu neve? Não. Desculpa se te decepcionei. Prometo que explico o porquê em breve.

 Antes de começar a falar sobre o vilarejo de Franz Josef devo falar sobre nossas paradas no caminho, porque não tinha ônibus e tivemos que pegar um tour. A primeira foi uma cachoeira ma-ra-vi-lho-sa! Sério, lembra daqueles lagos transparentes que tem pra todo lado nesse país? Agora pega essa água de geleira e usa em uma cachoeira beeeem grande! É isso. Depois paramos para almoçar em uma fazenda de salmão. Não é todo mundo que gosta, mas eu comprei um sanduíche de salmão fresquinho por bem menos que o preço normal e fiquei bastante satisfeita. Recomendo. Ah! Outra coisa importante da estrada: Ela é apenas para os corajosos. Muita curva e beira de penhasco. NÃO vá se não estiver seguro no volante! Por favor!
Olha essa água, vééiii!!
    Chegando em Franz Josef, temos a boa velha estrutura de duas ruas de Wanaka, só que ainda menor porque são ruas e não avenidas. Uma na verdade é a estrada e nela temos um trailer de "cachorro quente" (Na verdade é salsicha frita no palito, mas eles vendem uma pavlova sensacional!- Não sabe o que é pavlova? Parece um suspiro, só que mais molinhos e com molho de frutas por cima. Joga no Google), uma loja de arte Maori (Que são meio que os índios locais), um mercado, uma igrejinhazinhainha (Porque é muito pequerrucha mesmo) e alguns hotéis. Na rua de trás temos mais hotéis, um centro de conservação de kiwis (O pássaro, não a fruta) e se você for um pouco mais para frente vai achar até piscinas termais.

Os vitrais da igrejinha


Não é muito fofo?










 Nós ficamos em hotel, mas pagamos preço de hostel, chama-se Chateau Franz Josef. Digo que era hotel porque apesar de ter três beliches nosso quarto era como um apartamento, com pia, frigobar, banheiro e ainda por cima só estávamos eu, Bruna e Fê de hóspedes, ou seja, quarto privado. Hahaha Ah! Eles também oferecem sopa (É quase que só água com legumes, mas é grátis, poxa!) e café da manhã de panquecas! (Só doces, mas é grátis, poxa!)
Bom, aí quando chegamos na cidade já era de tarde e a recepcionista do hostel disse que era melhor ir na geleira só no dia seguinte. Perguntamos o que sobrava para fazer naquela cidade enooorme de duas ruas e ela nos recomendou seguir uma trilha na floresta atrás do hostel que levava a uma caverna com gloworms. Para quem não sabe, gloworms significa vermes brilhantes e é isso mesmo. São minhoquinhas muito comuns na Nova Zelândia (Tem algumas na Austrália também) sendo as mais famosas em Waitomo (Chegaremos lá), que se prendem ao teto das cavernas como um fio e elas são bioluminescentes na ponta. O resultado é que quando a caverna está cheia delas parece um céu estrelado e é lindo! Mas em Waitomo a visita é caríssima e a chance de ver o espetáculo de graça pareceu ótima para nós. A moça falou que a trilha era fácil de seguir e que só recomendava que a gente levasse uma lanterna, coisa que compramos no mercado e seguimos serelepes para a caverna.
Começo da trilha para a caverna

A trilha realmente não tinha erro porque não haviam bifurcações, mas tinha morros consideráveis e a floresta era muito úmida, o que faz barro e consequentemente deixa tudo escorregadio. Ebaa! E ainda quase fomos atropeladas por um veado. Quando finalmente chegamos na caverna todo o esforço valeu a pena porque ela era linda por fora! Pequenininha e toda verde! Era uma mina mas agora já está desativada. Assim que colocamos os pés lá dentro percebi que a moça esqueceu uma recomendação: Galochas. A caverna era alagada! Ok, água na altura do tornozelo, mas num frio de 10 graus não é nada divertido! E para quem ficou curioso, nós vimos UM mísero gloworm. E eu nem tenho certeza se era mesmo um ou só ilusão de ótica. De qualquer forma, valeu pela aventura.
Quase passou por cima de nós

Olha que caverna linda!

A trilha é fácil... Uhum...

No dia seguinte fomos à bendita geleira.  Tem um ônibus que sai de qualquer uma das duas ruas e te leva até o parque nacional. Chegando lá é só seguir a trilha. O lugar é completamente desolado! Para quem conhece o Senhor dos Anéis, Mordor foi filmada em Tongariro e eu achei um desperdício! Franz Josef faria muito melhor! O problema é que a geleira já cobriu quase todo o parque e mesmo depois de derretida a terra está tão danificada que nada cresce. Falando em derreter, tem um mirante que mostra até onde a geleira ia há, sei lá, 50 anos atrás e... Putz! A gente tá muito perdido com esse aquecimento global.
Deu pra entender? A geleira ia até essa parte branca mais alta, meio transparente, onde tá escrito 1865. Sim! Quase até o topo das montanhas!

Isso é o que tinha nas últimas medições, em 2010

E isso foi o que eu vi do mesmo ponto no verão de 2013. Assustador, não?

Um rio de gelo derretido


E aqui nós chegamos na parte do Aaaana! Você viu neve? Não. Vários motivos. Primeiro por causa do tal aquecimento global que reduziu a geleira. Segundo porque era verão, então ela estava ainda menor e terceiro porque teve um deslizamento de terra bem no meio do caminho, o que nos impediu de chegar mais perto. Sim, eu fiquei um pouco decepcionada. Ah! E como eu faço pra ver neve então? Bom, tenho algumas sugestões: Você pode descer do ônibus um ponto antes e ir à Fox Glacier ao invés de Franz Josef. Fê e Rô-não-Todo-Poderoso-Rei foram até lá e disseram que é melhor. Outra opção é ir nas geleiras mais ao norte, próximas à Christchurch, que dizem ser maiores. Ou ainda, claro, você pode ir no inverno. Se eu me arrependi de ter ido até lá? De forma alguma! Além de ser um cenário completamente diferente de tudo que já vi, o derretimento da geleira forma cachoeiras lindas! Vejam e comprovem:

Isso é o mais perto que eu cheguei da geleira

Isso é o que eu quero dizer com desolado

Nesse mesmo dia pegamos o ônibus de volta até Wanaka, onde fomos abençoadas por uma porta quebrada no hostel que inutilizou o nosso quarto e fomos colocadas em uma suíte só nossa, com televisão e tudo. Outra curiosidade desse dia é que conhecemos um grupo de 11 americanos (E um uruguaio que falava português melhor que eu) que estavam usando a cozinha tendo reservado apenas uma cama! E vocês pensando que só brasileiro é trambiqueiro! E mesmo essa única cama era só porque um deles precisava da internet para uma entrevista de emprego! Hahaha Os outros estavam dormindo nas campervans (Que são como mini-trailers, carros com cama e uma cozinha beeeem pequena, o que explica porque eles preferiam a do hostel). No dia seguinte rumamos para o extremo sul. Destino? Dunedin! 



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