domingo, 31 de julho de 2016

Random Piece of Story


Hey, people!
Last Friday my lovely boss gave me a day off. I tried as much as I could to arrange a trip, I called all my friends in vacations and none of them could, I tried to go on my own, but everything was too expensive. So I settled down with exploring a little city in the heart of Minas Gerais called Belo Horizonte.
I’ve been living in Belo Horizonte for 23 years and there’s not much I haven’t done yet, but there were a few new attractions inside the old attractions that I hadn’t seen. So I made a plan and convinced my brother to join: We would see the Japanese Garden and the Aquarium in the Zoo and finish with the traditional bike ride around Pampulha Lake in the sunset on Friday, go to Serra do Curral’s Park on Saturday and on Sunday we would take my sister-in-law to see Inhotim, the open air museum of modern art.


Everything was going well on the first day, we saw the Garden (Disappointing, I must say) and the Aquarium, but then my brother decided to go back home for work, thus I was alone for the ride.
A brief explanation about how bike rides work in Pampulha. There’s an app that will let you rent a bike at any of the stations around the lake for an hour. After this time, you must leave the bike at any station for fifteen minutes and then you can use it for one more hour. If you don’t return it in time, you pay 6 reais for every 15 minutes late. The whole lake has 18km but the stations are distributed in only 6 of them, it means that after the last station you must make an almost non-stop ride to get back to the first station in time.

Okay, back to the story. I left the last station around 4pm. I was cycling slowly and even stopped for some photos. I was midway between the stations when I realized I’d be back at the station around 5pm and since the sunset was expected for 5:20, I would miss it.. I had a few options:
1- Forget the sunset and go back home at 5pm
2- Stop at the Museum of Modern Art (The best sunset spot in the lake) and pay the fines for returning the bike late
3- Leave the bike at the station at 5pm and walk to a point where the view wouldn’t be as good as at the Museum
I liked none of them. While my mind rushed through which one would be the less bad, I saw the giant wheel turning at Guanabara Park.
Since the wheel started running, in 2010, I had been to the Park twice. The first one the wheel was closed for repair and the second it closed while I waited in line, due to rain. Today it was working. Suddenly I had a chance to check another new attraction of the city I hadn’t seen yet. And since it was right next the bike station, I could get to it on time for the sunset and see it from the perfect spot at the top of the wheel.
Now enters a funny mechanism of my brain. Everytime I take an impulsive decision, it automatically tries to change my mind.
“But you hadn’t planned it!”
“You have not enough money.”
“What if they don’t accept your credit card?”
“It’s vacations, there’s probably a huge line there and you’ll miss the sunset.”
“People will laugh at you cause you’re alone in the park.”
Not today, brain. Not today. I shoved all this stupid excuses away, speeded up my pace and got the station at 4:50. Crossed the street, entered the crowded Park and checked the line: around 15 people, it wouldn’t take long. I rushed to the cashier and they accepted credit cards with a 2 reais tax. The woman couldn’t believe I wanted a single ticket for a single ride, but she sold it anyway.
From the top of the stairs where I waited for my turn in the wheel I could see the sun disappearing behind some houses, the sky slowly turning orange. Right when it was half set, the wheel stopped and I got a gondola for me only.
When it started moving, carrying me higher, above the houses, I could see the orange sun again, shining behind the Skytower. The sun followed me all the way, rising when I went up, setting when I went down. I not only got one beautiful sunset, but as many as cycles of that wheel. With every turn of the wheel I would have to go higher to see the sun again.and the sky would get more and more orange, then purple. Until one turn I reached the top and the sun didn’t appear. I went down and the wheel stopped. Perfect timing.

I was happy beyond measure. I literally hopped to the bus stop. Not only because I had ten sunsets in a day. Not only because I finally rode that wheel. But because I did what I wanted. Not caring for plans, not caring for other people opinions’, not caring for risks that existed only inside my head. I took a chance and it was better than expected.
I’ve been doing this the whole year and, believe me, it usually is better than expected. If you have a chance, go! Try! I’ve learned that it is worth to explore an island in four days. It is worth to take a flight for a new capital in one weekend. It is worth to take a ride to see a neighbour city in one day. It is worth to leave home to visit a park in half a day. It is worth to find a good spot to see the sunset for 30 minutes. All we need to do is pay less attention to excuses and more to the opportunities.

sexta-feira, 29 de julho de 2016

Adelaide

O melhor lugar da Austrália para achar simpáticas cidades alemãs

Alooou, meu povo!
 Bora continuar acabar de atravessar esse deserto?
 Depois que minhas amigas foram embora de Alice Springs de volta para Sydney, eu peguei um Greyhound Bus com destino a Adelaide. Creio que esta é a primeira menção ao Greyhound neste blog, basta que vocês saibam que é uma companhia de ônibus que opera em praticamente toda a Austrália, inclusive nos lugares mais desertos, tipo o deserto. Eles são bem confortáveis, tem até entrada USB para carregar os eletrônicos e cobra preços bastante razoáveis. O de Alice Springs para Adelaide sai de manhã, umas 10h e chega umas 5h da manhã.
 Destaques interessantes da viagem: Essa parte sim é deserto de verdade! Sem árvores, só areia vermelha pra todo lado, uma planície sem fim, que é o que eu esperava desde o início, achei estranho quando vi tanto capim lá pros lados de Alice Springs. É uma paisagem bonita de um jeito diferente do que estamos acostumados. E um pôr do sol lindo!



 Uma das paradas do ônibus é em Coober Pedy, que é onde jantamos, e confesso que eu estava louca para ver essa cidade! Reza a lenda que ela é subterrânea, por causa do calor, e que tem absolutamente tudo lá. Pensei que o ônibus ia parar debaixo da terra, mas nem foi, parou num posto de gasolina como qualquer outro. Até tentei achar algum indicativo de entrada para o subsolo, mas nada, tinha ruas e casas e galpões, tudo na superfície mesmo. Como o ônibus estava atrasado não tive tempo de fazer uma pesquisa profunda, então acho que vou ter que voltar lá para ver.
 Mas o que eu achei o mais legal mesmo foram os aborígenes.Depois de Alice Springs só passamos em duas cidades, Coober Pedy e Port Augusta, todas as outras paradas eram aldeias aborígenes. O Greyhound, além de transportar pessoas, faz bico de correio para as aldeias e é aí que a coisa fica interessante, porque os pontos de ônibus são na verdade caixas de correio. Isso mesmo, a cada uma porrada de quilômetros tem uma caixa de correio na beira da estrada, o ônibus para do lado, o motorista desce, pega umas carta, deixa outras e segue viagem. Às vezes têm alguns aborígenes ao lado da caixinha, esperando para pegar o ônibus. Nem sinal das aldeias de onde eles ou as cartas vêm, imagino que elas sejam muito isoladas e que eles tenham que andar muito até a estrada. Achei um sinal interessante da adaptação deles à vida urbana.
 Depois de uma longa viagem, desembarquei cedinho em Adelaide para descobrir a cidade toda fechada porque era Anzac Day, que é o dia que a Austrália presta homenagens aos soldados da Segunda Guerra Mundial. Passei no hostel rapidinho para deixar a mochila e voltei para a rodoviária para pegar o city tour que ganhei quando comprei o passeio para Handorf (Em breve).
 Meu Deus! Como as pessoas não amam Adelaide? Acho que depois de Sydney, ela seria minha próxima escolha. Parece cidade do interior, as casinhas são muito fofas, quase nenhum prédio, muitos jardins, pouco movimento, mas tem todas as facilidades da cidade grande: shoppings, museus, estádio, restaurantes, aeroporto, universidade... E tem um clima friozinho muito gostoso. Ah! E tem praia!
Arquitetura antiga...


... e moderna...

... antiga...

... e moderna de novo!

 O tour passou por tudo isso mas fez paradas no Centro de Vinhos, que pertence à Universidade de Adelaide. A região de South Australia é excelente para as vinícolas por causa do frio e a indústria do vinho é tão forte por lá que a universidade criou um curso de especialistas em vinho e esse Centro para facilitar os estudos deles. Lá tem uma loja onde eles vendem os vinhos desenvolvidos pelos estudantes e jardins lindos! Depois paramos um pouquinho na praia, que é bonita, mas ficou um pouco prejudicada pelo frio. O que eu mais gostei lá, como em boa parte da cidade, foi a arquitetura. Os monumentos, as lojas, as casas, tudo na praia dava a sensação de estar em outro século.
Centro de Vinhos

Por dentro...


... e por fora.


Casa da praia




 Voltei para o meu hostel e lá conheci uma moça muito doida e gente boa demais chamada Karen. Nosso quarto tinha quatro pessoas, mas as outras duas já estavam dormindo. Karen morava em Sydney, como eu, e estava em Adelaide há uma semana, visitando a irmã, e ia embora no dia seguinte, por isso queria companhia para visitar pela última vez seu restaurante favorito, chamado Dumpling King. Como eu também estava sozinha e faminta, fui com ela.
 O restaurante é mesmo muito bom, recomendo. Conforme o nome indica, eles servem dumplings, que são uma massa asiática que parece uma trouxinha de macarrão recheada com o que você quiser e cozida no vapor. É bem gostoso. Conversa vai, conversa vem, descobri que Karen era gastroenterologista e trabalhava para um médico renomado especialista em... Chron! (Que para quem não sabe, é uma doença crônica rara que eu possuo) Coincidência pouca é bobagem.
Mais conversa vai, mais conversa vem, e ela descobriu que eu nunca havia provado uma iguaria chamada fried ice cream, que é exatamente o que você está pensando que é: sorvete frito. E assim vamos eu e Karen rodar Adelaide fechada em pleno Anzac Day em busca de um sorvete frito! E achamos! Para os interessados, vende em lojas de comidas asiáticas e é meio que uma bola de sorvete empanada com uma massa fininha e frita bem rapidinho, então derrete pouco. É bom, mas prefiro sorvete normal.
Lanternas clássicas de China Town

No dia seguinte peguei outro tour, dessa vez para Handorf. A primeira parada é no mirante para ver a cidade, bem bonito, mas como estava nublado e cheio de neblina fiquei com a impressão de podia ter sido melhor.


De lá fomos direto para a cidade, mas devo dar destaque para o caminho até lá. Eles chamam a região de Adelaide Hills, um nome muito justo já que a paisagem é uma infinidade de colinas, cobertas de grama verdinha e alguns ajuntamentos de árvores. Acontece que o clima de Adelaide é temperado, bem diferente do resto da Austrália, e por isso os europeus acharam que seria uma boa ideia replicar a vegetação deles por lá. Eu tive a sorte de chegar lá em pleno outono e por isso as árvores estavam todas coloridas, algumas marrons, outras laranjas, vermelhas, amarelas e até umas verdes, do jeito que se vê em fotos da Europa. Pra gente que veio do Brasil e não está acostumado é lindo!




Para completar meu clima de Europa, Handorf é uma cidade alemã perdida no meio de South Australia. Alemã mesmo! A arquitetura é alemã, os restaurantes vendem comida alemã, tem bandeiras da Alemanha nas ruas e dá até pra ouvir gente falando alemão aqui e ali.

A cidade é minúscula, praticamente só a rua principal e algumas casinhas em volta (Como quase oda cidade pequena da Austrália e Nova Zelândia), mas vale muito a visita porque é fofa! E é bem diferente do resto do país. Para quem leu/assistiu a série Harry Potter, me senti um pouco no beco diagonal. As lojinhas são todas muito próximas uma da outra, com aquelas vitrines de vidro, muita gente circulando entre elas e produtos bastante bruxescos. Tinha lojas de velas (Apenas velas), enfeites fantásticos de jardim (Fadas, dragões, duendes...) e uma loja com todos os doces da vida (Estilo Honey Dukes), incluindo sapos de chocolate. No ramo mais normal do comércio tínhamos pubs clássicos (Que vendiam cerveja alemã e comida alemã com paredes decoradas de bandeiras da Alemanha, claro) e lojas de roupa (A maioria de lã). Fucei todas as lojas e os jardins que surgem do nada no meio delas, tomei um chocolate quente com torta de maçã no pub e voltei para o hostel.




No dia seguinte levantei cedo para pegar o ônibus e assisti o sol nascer em um dos aeroportos mais bonitos que já vi. Eu atravessei o deserto e sobrevivi para contar. Hora de voltar para casa.