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Como os guias vêem Katherine Gorge |
Aloooou, meu povo!
Algumas boas notícias primeiro: fiz minha última prova na faculdade hoje! Uhuuuulll! Então possivelmente agora teremos mais tempo! E tenho um emprego! Uhuuuulll!! Então possivelmente agora nós teremos menos tempo.
Enfim, paramos no pôr do sol de Darwin, certo? No dia seguinte cedinho peguei um tour com destino a Alice Springs e a primeira parada foi Adelaide River. Antes de contar o que tem por lá, farei meu primeiro destaque negativo de hostel para o Chillis Backpackers de Darwin. Admito que era bem localizado, mas em uma cidade do tamanho de Darwin é até difícil ser longe do centro, O negócio é que ele era sujo, tinha funcionários delicados como coices de mula e absolutamente nenhuma organização. Escolham outro quando forem (YHA nunca falha).
Superado o check out veloz como uma múmia paralítica, consegui pegar meu tour repleto de europeus. Quando digo isso quero dizer que eu era a única não européia. O
guia era alemão! E muito carente diga-se de passagem, batia papo com todo mundo e se chamava Ian. Gente boa demais. Além dele, tinham mais 3 alemãs, Anna, Michelle e Scarlett, que me contaram que depois do ensino médio os alemães costumam ir para a Austrália tirar uma espécie de ano sabático sei lá. Explicou muita coisa. Mas nem só de Alemanha vivia meu tour e tínhamos também duas francesas e 657879064 suíços (Mentira, devia ser uns cinco só). Adorei todo mundo!
De Darwin fomos para Adelaide River, que é muito perto e tem CINQUENTA habitantes! Não, eu não esqueci o mil, nem nenhum zero. É cinquenta mesmo. E por que raios as pessoas vão para Adelaide River? Dois motivos: Primeiro, lá foi filmado parte de Crocodilo Dundee, que é um dos maiores ícones da cinematografia australiana. Segundo, porque lá foi muito importante durante a Segunda Guerra Mundial quando Darwin foi bombardeada. Isso mesmo, Darwin foi reduzida a zero pouco mais de cinquenta anos atrás, o que explica porque ela é tão pequena comparada às outras capitais.
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Essa foto horrorosa é do búfalo do Crocodilo Dundee que tem no pub de Adelaide River |
O negócio foi que o Japão estava na guerra contra a Inglaterra, mas a Inglaterra era um pouco longe demais para se bombardear. Qual o equivalente mais próximo que eles tinham? Yep, Straya. E qual a cidade australiana mais perto do Japão? Yep, Darwin. E aí enquanto Darwin estava na pior, Adelaide River foi responsável por receber os refugiados e fornecer suprimentos. Foi só nesse dia que eu descobri o quanto a Austrália realmente sofreu na guerra e porque eles valorizam tanto os soldados. #Respect
De Adelaide River, fomos para Katherine, que era nossa parada principal.Katherine é a
terceira maior cidade do deserto (Perdendo para Darwin e Alice Springs). Aí você já pensa na cidade grande, mas lá tem 9 mil habitantes. NOVE MIL! Isso é nada! Lá tem um supermercado, uma pizzaria Domino's e um camping. Fim. Por que as pessoas vão para Katherine então? Porque lá tem um rio muito bonito, com umas trilhas legais para fazer em volta e árvores de morcegos. Literalmente. É tanto morcego (Raposas voadoras na verdade, que são bem maiores) e eles fazem tanto barulho que mesmo eles sendo frutíferos e praticamente inofensivos dá um nervoso ficar perto.
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Sério, as fotos não fazem jus à realidade |
Fizemos a trilha até o topo do canyon, onde tem uma vista maravilhosa, voltamos loucos para nadar e... Não nadamos, porque o rio tem
muito crocodilo. O guia não deixou a gente nem pensar em entrar na água. Mas tudo bem, de lá fomos para o camping, podemos nadar lá. Só que não, porque tem crocodilo no
laguinho do camping!! Mal dava para molhar o joelho no troço, mas tinha crocodilo! Welcome to the Northern Territory!
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Essa é a vista do topo do canyon |
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E esse é o outro lado do mesmo ponto |
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Pois é, nada de entrar na água |
Apesar da falta de piscina no meio de um deserto que faz calor de 568790 graus, dou os devidos créditos à estrutura do camping de Katherine. Ao invés de barracas e sacos de dormir tínhamos casinhas com estrutura de madeira e paredes de tela contra os montes de insetos com duas camas em cada uma, energia elétrica para luz, tomada e até um ventilador. Só o banheiro mesmo que era um pouco afastado, escuro e comunitário e foi aí que aprendi uma lição valiosa para o deserto: Sempre dê descarga antes de usar o banheiro. Dois de cada três deles têm um sapo escondido na saída de água e a descarga faz com que eles apareçam escorregando como num tobogã. É legal, quase uma loteria pra ver quem vai achar os banheiros premiados. Hahaha
Outra coisa legal desse camping foi que passei a noite toda incomodada com barulhos de passos, mas não conseguia ver nada no escuro lá fora. Até que amanheceu e descobri que minha barraca estava cercada de cangurus pastando! Era uma invasão! Muitos mesmo, por todo o acampamento, zero preocupados com a gente porque isso é o que cangurus fazem, eles não ligam.
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Olha que gracinha de barraca! Agora pensa essa grama cheia de canguru! |
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Pura ostentação! |
Próxima parada já é Alice Springs? Pff... Tá nem na metade do caminho ainda, filho. Você realmente não entendeu o quão grande é esse deserto. Mas concordo que já está bom por hoje. No próximo post, Mataranka Hot Springs e Daly Waters! Não desanimem!