sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Darwin to Alice Springs- Parte 1

Como os guias vêem Katherine Gorge

Aloooou, meu povo!
 Algumas boas notícias primeiro: fiz minha última prova na faculdade hoje! Uhuuuulll! Então possivelmente agora teremos mais tempo! E tenho um emprego! Uhuuuulll!! Então possivelmente agora nós teremos menos tempo.
 Enfim, paramos no pôr do sol de Darwin, certo? No dia seguinte cedinho peguei um tour com destino a Alice Springs e a primeira parada foi Adelaide River. Antes de contar o que tem por lá, farei meu primeiro destaque negativo de hostel para o Chillis Backpackers de Darwin. Admito que era bem localizado, mas em uma cidade do tamanho de Darwin é até difícil ser longe do centro, O negócio é que ele era sujo, tinha funcionários delicados como coices de mula e absolutamente nenhuma organização. Escolham outro quando forem (YHA nunca falha).
 Superado o check out veloz como uma múmia paralítica, consegui pegar meu tour repleto de europeus. Quando digo isso quero dizer que eu era a única não européia. O guia era alemão! E muito carente diga-se de passagem, batia papo com todo mundo e se chamava Ian. Gente boa demais. Além dele, tinham mais 3 alemãs, Anna, Michelle e Scarlett, que me contaram que depois do ensino médio os alemães costumam ir para a Austrália tirar uma espécie de ano sabático sei lá. Explicou muita coisa. Mas nem só de Alemanha vivia meu tour e tínhamos também duas francesas e 657879064 suíços (Mentira, devia ser uns cinco só). Adorei todo mundo!
   De Darwin fomos para Adelaide River, que é muito perto e tem CINQUENTA habitantes! Não, eu não esqueci o mil, nem nenhum zero. É cinquenta mesmo. E por que raios as pessoas vão para Adelaide River? Dois motivos: Primeiro, lá foi filmado parte de Crocodilo Dundee, que é um dos maiores ícones da cinematografia australiana. Segundo, porque lá foi muito importante durante a Segunda Guerra Mundial quando Darwin foi bombardeada. Isso mesmo, Darwin foi reduzida a zero pouco mais de cinquenta anos atrás, o que explica porque ela é tão pequena comparada às outras capitais.
Essa foto horrorosa é do búfalo do Crocodilo Dundee que tem no pub de Adelaide River

O negócio foi que o Japão estava na guerra contra a Inglaterra, mas a Inglaterra era um pouco longe demais para se bombardear. Qual o equivalente mais próximo que eles tinham? Yep, Straya. E qual a cidade australiana mais perto do Japão? Yep, Darwin. E aí enquanto Darwin estava na pior, Adelaide River foi responsável por receber os refugiados e fornecer suprimentos. Foi só nesse dia que eu descobri o quanto a Austrália realmente sofreu na guerra e porque eles valorizam tanto os soldados. #Respect
  De Adelaide River, fomos para Katherine, que era nossa parada principal.Katherine é a terceira maior cidade do deserto (Perdendo para Darwin e Alice Springs). Aí você já pensa na cidade grande, mas lá tem 9 mil habitantes. NOVE MIL! Isso é nada! Lá tem um supermercado, uma pizzaria Domino's e um camping. Fim. Por que as pessoas vão para Katherine então? Porque lá tem um rio muito bonito, com umas trilhas legais para fazer em volta e árvores de morcegos. Literalmente. É tanto morcego (Raposas voadoras na verdade, que são bem maiores) e eles fazem tanto barulho que mesmo eles sendo frutíferos e praticamente inofensivos dá um nervoso ficar perto.


Sério, as fotos não fazem jus à realidade
  Fizemos a trilha até o topo do canyon, onde tem uma vista maravilhosa, voltamos loucos para nadar e... Não nadamos, porque o rio tem muito crocodilo. O guia não deixou a gente nem pensar em entrar na água. Mas tudo bem, de lá fomos para o camping, podemos nadar lá. Só que não, porque tem crocodilo no laguinho do camping!! Mal dava para molhar o joelho no troço, mas tinha crocodilo! Welcome to the Northern Territory!
Essa é a vista do topo do canyon



E esse é o outro lado do mesmo ponto

Pois é, nada de entrar na água

 Apesar da falta de piscina no meio de um deserto que faz calor de 568790 graus, dou os devidos créditos à estrutura do camping de Katherine. Ao invés de barracas e sacos de dormir tínhamos casinhas com estrutura de madeira e paredes de tela contra os montes de insetos com duas camas em cada uma, energia elétrica para luz, tomada e até um ventilador. Só o banheiro mesmo que era um pouco afastado, escuro e comunitário e foi aí que aprendi uma lição valiosa para o deserto: Sempre dê descarga antes de usar o banheiro. Dois de cada três deles têm um sapo escondido na saída de água e a descarga faz com que eles apareçam escorregando como num tobogã. É legal, quase uma loteria pra ver quem vai achar os banheiros premiados. Hahaha
  Outra coisa legal desse camping foi que passei a noite toda incomodada com barulhos de passos, mas não conseguia ver nada no escuro lá fora. Até que amanheceu e descobri que minha barraca estava cercada de cangurus pastando! Era uma invasão! Muitos mesmo, por todo o acampamento, zero preocupados com a gente porque isso é o que cangurus fazem, eles não ligam.

Olha que gracinha de barraca! Agora pensa essa grama cheia de canguru!



Pura ostentação!
Próxima parada já é Alice Springs? Pff... Tá nem na metade do caminho ainda, filho. Você realmente não entendeu o quão grande é esse deserto. Mas concordo que já está bom por hoje. No próximo post, Mataranka Hot Springs e Daly Waters! Não desanimem!

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