sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Oncotô? Poncovô? Oncotava?

Ok, essa opção não tem

Calma, isso é só um título engraçadinho para um post sobre o transporte em Sydney. E acredite, você vai precisar. A City (como eles chamam o centro aqui) é onde estão as coisas mais baratas e a maioria das atrações turísticas feitas pelo homem. Já o que nossa querida Mãe Natureza nos deu de presente fica nos Suburbs (dá pra perceber que isso é subúrbio, né?). Como presente da Mãe Natureza aqui leia-se praia. Isso sem falar no aeroporto que é longe de tudo isso. Ou seja, presta atenção nas opções:

      Carro- Bom, o primeiro problema vai ser você arranjar um carro aqui. Se for ficar por pouco tempo, tá tranquilo, só alugar. Mas e para ficar um ano? Só se arranjar um emprestado ou comprar. Na verdade descobri uma coisa bem legal aqui chamada GoGet. Pelo que eu entendi, é uma espécie de carro pré-pago. Não, eu escrevi certo. Você compra créditos e tem direito a usar um carro quando quiser. Mas muita atenção! Aqui é mão inglesa! No ônibus nem dá para perceber direito, mas eu peguei um táxi do hostel para casa e parece que vai bater o tempo todo! Sem falar no perigo que é virar à direita fechado igual no Brasil e acabar na contra-mão. Tente dirigir apenas se confiar bastante no seu taco (O que não é o caso da pessoa que tomou nove paus no exame de direção. A história fica para a próxima).

      Ônibus- Meu favorito! Coisa linda, coisa fofa! Leva você para qualquer lugar e com muito pouco esforço. Principalmente aqui, onde tem ônibus para buracos que você nem imagina que existem e que passam com MUITA frequência. Se você souber os horários dos ônibus de cor, melhor ainda! Fora do horário de pico eles passam com pontualidade britânica. Por volta das 18h acontecem alguns atrasos, mas não sei porque, já que nunca vi um engarrafamento aqui. Até buzina acho que só ouvi duas vezes. E os ônibus são espaçosos, têm cadeira acolchoada, nunca estão lotados (Porque passa toda hora. Até hoje o recorde que vi foram duas pessoas em pé), são limpinhos, uma graça.

Maaaass, nada é perfeito nessa vida! Ônibus aqui custa os olhos da cara! E é pré-pago (Isso é bom. Evita filas e não precisa de trocador). Vende o cartão em qualquer lojinha, principalmente perto dos pontos.Tem várias opções, uma pior que a outra. O bom para turista é o MyMult, um cartão que dá direito a viagens ilimitadas em qualquer transporte público (Isso inclui ônibus, trem e ferry, chegaremos neles) por sete dias. Nossa! Mas que maravilha! E quanto custa? $44. Para a pessoa que tá passeando e vai passar por mil lugares em uma semana, tá ótimo! Foi o que eu usei nas férias. Mas morando aqui você tem quase tudo perto de casa e vai usar ônibus só de vez em quando, então vale mais a pena comprar o MyBus. Esse aí só dá direito ao ônibus e você precise escolher quantas viagens vai querer. Meu conselho? Compre o máximo, dez, por 28 dólares. Como tudo na vida, quanto mais você compra, mais barato fica. E acredite, mais cedo ou mais tarde você vai usar todas. Compre menos viagens apenas se já estiver indo embora e saiba exatamente quantas vai precisar.
Aí! Que luxo!


      Train (Ou trem mesmo, ou metrô)- Nada mais é que um monte de ônibus, um atrás do outro. Mesma estrutura, espaçosos, cadeirinhas acolchoadas, quase ninguém dentro, passam toda hora, mais ou menos a mesma facada na sua carteira (Só que não existe MyTrain, tem que comprar a passagem mesmo) e tudo mais. A vantagem? Não para no sinal. E tem alguns que avisam a próxima parada, o que é ótimo para quem não conhece a cidade. A desvantagem? Não leva para todo lugar, vai basicamente nos pontos turísticos e só (E você aí pensando que só no Brasil que o metrô era pequeno, hein?)

4    Ferry- Disparado a opção mais charmosa. O ferry é uma balsa. Você pode ir sossegado, sem trânsito, admirando o mar e a paisagem. A vantagem? Fora ser lindo, é rapidinho. Afinal, no mar dá para andar em linha reta e esse é sempre o menor caminho entre dois pontos. A desvantagem? Só anda no mar. Você só pode ir de praia para praia e olhe lá!
Até que um engarrafamento aqui seria bem vindo, não?


      Bicicleta- Muito usado por aqui e eu pretendo aderir, assim que achar uma bicicleta pagável. Brincadeira, tem bike de preço razoável. O problema são as regras. Na verdade, não o problema, porque elas são importantes para a segurança de quem pedala no meio do trânsito. Mas aqui você é obrigado a andar de capacete, ter refletores e buzinas, além de farol e luz que pisca se for andar à noite, é recomendável roupa fosforescente, capa de chuva, garrafa de água, cestinha, sacola de compras, bomba de pneu, corrente… ou seja, depois de equipada, você gastou o preço de duas bicicletas. O plano aqui é encontrar uma feira de coisas usadas e tentar achar uma já equipada por um preço razoável. Vou tentar isso no domingo e conto se deu certo.
       Update: Não deu, até tinha na feira de usados, mas eram bicicletas profissionais e mesmo com preço abaixo do mercado estavam acima do meu orçamento. Acabei comprando uma nova mesmo, no KMart, montei em casa com a ajuda da Ana e no final vendi com um prejuízo de apenas 40 dólares.

Uma vez conseguida a bicicleta, duas regrinhas simples que valem a pena saber: Dirija sempre na esquerda (Que é a faixa lenta aqui) e bicicleta na calçada ou atravessando sinal com pedestre, só se estiver sinalizado ou empurrada. Já vi não seguirem, mas melhor não arriscar, né? Ah! E cuidado quando for virar à direita, porque precisa atravessar a contra mão (Igual virar à esquerda no Brasil).

Fora isso, pode dirigir tranquilo! O trânsito aqui é todo lento e as ruas são largas, então os carros nem incomodam as bicicletas. Dá para ir a muitos lugares, porque a cidade é bem plana, rapidinho e de graça (Depois que você já gastou uma fortuna em acessórios).

6    Pernas pra quê te quero- Disparado a opção mais popular. Claro! Totalmente grátis e bastante satisfatória. Como já disse, aqui tem poucos morros e quase tudo perto de casa. Cada subúrbio tem pelo menos uma rua de comércio principal onde se acha de tudo.Tudo mesmo! Perto da minha casa tem dois shoppings, supermercado, restaurante de todas as nacionalidades, faculdade, Jóquei Clube, agência de viagens, loja de roupa de cama, loja de roupa de gente, pet shop, hospital, loja de decoração, sapataria, colégio, loteria, livraria, sacolão, loja de bolsa, parque, praça, praia… Ir na City só se quiser achar coisa mais barata. Por isso que é bobagem comprar sempre o MyMult. Dá para passar um mês só na base das pernas sem faltar nada.
Indo a pé para casa, por exemplo, sou obrigada a ver essa rua feia onde eu moro. Oh vida!



Ufa! Todas as opções estão aí. Escolher uma já depende do humor de cada um. Felizmente, há saídas para todos os gostos.

Errata: Existe MyTrain, sim! E parece que a rede é bem maior do que eu pensava. Talvez seja mais usado até que os ônibus. Eu é que não frequento muito, então não sabia desse sucesso todo.
E esqueci de avisar que tem vários preços diferentes do MyBus, dependendo de quantos quilômetros você anda. Obviamente, quanto mais km, mais caro. Como eu nunca sei quanto exatamente vou andar, sempre compro o de quilômetros ilimitados. Mas se você sabe exatamente quanto precisa, vale a pena escolher um de 3km ou 8km e economizar um pouco.

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