domingo, 21 de julho de 2013

Uma Jornada Muito Esperada


Fala meu povo!

Já estou em Sydney há alguns dias e vou postar aqui o que eu vi de interessante em cada um deles. Mas primeiro muita gente quer saber como foi viajar tanto tempo (Cerca de 38h) até o outro lado do mundo. Minha opinião: Muito tranquilo! Mas eu não sirvo muito de base, porque nada me incomoda na vida. Ainda assim, senta que lá vem história:

Para começar, devo admitir que não é nada fácil dormir. Para mim que durmo feito uma pedra e em qualquer canto foi fácil, mas pessoas como meu pai, por exemplo, que só dormem em posição perfeitamente horizontal, podem desistir. A cadeira inclina muito pouco (A não ser nas classes melhores que a econômica, claro) e é tempo demais para ficar sem dormir. Puxa, então a pessoa que não consegue dormir sentada não pode ir pra Austrália? Pode, claro. Meu conselho: Vai, mas dorme uma noite em Santiago e aí continua a viagem até Sydney, senão vai cansar muito. Fora este pequeno probleminha, vamos às maravilhas:

O vôo de BH para São Paulo não tem muita graça. Foi uma hora só, comidinha besta (Suco e um saquinho de amendoim. Pobreza!) e a paisagem boa e velha das cidades brasileiras. Vale a pena levar um livro porque não tem entretenimento nenhum. Já na parte de São Paulo para Santiago a coisa começa a ficar emocionante.

Para o meu azar, no vôo de São Paulo para Santiago a comandante mandou recolher algumas bagagens de mão (Era pra ser só as maiores, mas a coisa foi meio aleatória) e é claro que a minha se foi. Ela deveria ter sido despachada para Santiago, mas acabou que só quem fosse entrar no país podia pegar as bagagens e então minha malinha veio direto para Sydney no meio da carga mesmo e isso explica a ausência de fotos das coisas que vou contar aqui porque minha câmera foi despachada junto. Para minha sorte, meu vôo saía de São Paulo às 17:35 e atrasou 20 minutos. Ou seja, saí no pôr do sol. Quem nunca teve a oportunidade de ver o pôr do sol de um avião, por favor, compre um vôo para este horário. É maravilhoso!! Dá para ver a linha fininha do horizonte toda alaranjada enquanto o céu acima vai escurecendo aos pouquinhos, com uma única estrela muito brilhante… Nem precisa de livro ou de filme por meia hora, o pôr do sol já distrai. Como se não bastasse, quase chegando a Santiago (cerca de meia hora antes) olhei pela janela como quem não quer nada e de repente parecia que o avião estava dando um rasante! Nada disso. Era só a Cordilheira dos Andes! Linda! Incrível! Enorme!! Ganhou do pôr do sol de São Paulo. As montanhas com o topo branquinho, tão branco que dava para ver à noite, tão alto que parecia muito perto do avião. E uma cordilheira sem fim… Devo ter ficado mais meia hora só olhando as montanhas passando e imaginando a vida nas casinhas isoladas que eu vi no meio delas. E depois que elas passam? Tem uma cidadezinha bem no pé da Cordilheira que eu não sei o nome mas que merecia roubar o da capital de Minas. Que horizonte era aquele? Espetacular!! Esse vôo todo durou 4h.

Apenas duas horinhas no aeroporto de Santiago e peguei o vôo para Sydney, com uma pequena parada no aeroporto de Auckland, na Nova Zelândia, para reabastecer. Aí muita gente pensa: Nossa, essa parte deve ser muito chata! Só voar acima do mar…Aí que você se engana, pequeno gafanhoto! Na primeira parte do vôo o avião foi acima das nuvens, o que significa que ao olhar pela janelinha eu via o Cruzeiro do Sul me acompanhando. Não acima, nem abaixo, mas ao lado! Não sei que macumba ou ilusão de ótica causa isso, mas é como se voássemos entre as estrelas! Aí lá vai a boba aqui perder mais um tempão admirando a proximidade e a clareza das constelações. Mas é claro que dez horas de vôo observando constelação é demais, né? Para isso, temos um excelente avião. Cada cadeirinha tem uma pequena central multimídia, com filmes, jogos, programas de tv e até um GPS para acompanhar o progresso da viagem (Esse ultimo às vezes é desanimador. Haha). E não pensa que é só filme esquisito e chinfrim, não! Tem de tudo, separadinho por gênero. Eu mesma vi um filme bem recente, que foi O Hobbit- Uma Jonada Inesperada (Amei, estava louca para ver! E ainda inspirou o título do meu post. Haha), e um clássico, Alladin (Já avisei aqui que sou uma criança). Mas tinha filme ainda mais novo, como Argo (Que ganhou o Oscar de melhor filme) e alguns alternativos (Inclusive brasileiros, como Capitães de Areia, Meu Pé de Laranja Lima e O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias). Todos podem ser em inglês ou espanhol e muitos têm também em português. Como se não bastasse eles nos entopem de comida! Três refeições, todas com entrada, prato principal, bebida e sobremesa. A entrada geralmente é só um biscoitinho, com manteiga ou geléia. O prato principal costuma ser um sanduíche, mas teve também omelete e salmão (Sim, salmão!). De bebida tem suco, café, chá, refri, cerveja, vinho, uísque, vodka, ou seja, quase tudo! E as sobremesas são variadas. Eu vi frutas, pudim de coco e muffins. O ponto final dessa parte, como eu já disse, é o aeroporto de Auckland, que é de longe o mais bonito dos cinco que eu visitei. Ele é todo decorado com portais maoris (Alguns até com efeitos de luzes e plantas artificiais), muito espaçoso e iluminado. Ele tem também um carpete muito legal com uns desenhos que parecem listras de zebras e cobrem todo o piso. Além das enormes cadeiras acolchoadas para esperar os aviões, as salas de embarque contam com cadeiras de massagem! Alto nível!

A última parte é o vôo de Auckland até Sydney. Este foi durante o amanhecer, um espetáculo bastante parecido com o entardecer de São Paulo, porém não pude ver tão bem porque como viajávamos para o oeste o amanhecer estava atrás do avião e meu pescoço já não tava aguentando ficar olhando pra trás. Mas isso não significa que não teve nada de bonito. Mais uma vez estávamos acima das nuvens, mas agora com o céu claro e sem estrelas, tinha a impressão de o mundo estava de cabeça para baixo! Com as nuvens abaixo e um azul de mar acima, com direito até a uma linha do horizonte, dava um efeito muito engraçado! Depois que clareou ainda mais deu para ver as nuvens balançando com o vento, em ondas, igualzinho no mar! Mais perto do pouso o avião passou novamente para abaixo das nuvens e então eu pude ver o mar de verdade. E qual não foi minha surpresa ao perceber que enquanto as nuvens ondulavam o mar parecia completamente parado! Dava para ver as ondas, mas elas não se moviam! Como se estivesse tudo congelado! Mais uma vez, não sei que macumba ou ilusão de ótica causa isso, mas é bem legal! Depois de 14h desde Santiago, cheguei em Sydney às 7:30 da manhã e aí eu vi mais um monte de coisa… Mas isso vai ficar para o próximo post porque esse já está enorme.

Só para concluir, a moral da história: 38h de vôo pode parecer uma provação terrível, mas, como tudo na vida, depende de qual copo você enxerga: o meio cheio ou o meio vazio. Se você pensar direito e procurar um pouco de poesia nas coisas, vai ver que, sim, sempre existe um motivo para sorrir.

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