Fala meu povo!
Já estou em Sydney há alguns dias e vou postar aqui o que eu
vi de interessante em cada um deles. Mas primeiro muita gente quer saber como
foi viajar tanto tempo (Cerca de 38h) até o outro lado do mundo. Minha opinião:
Muito tranquilo! Mas eu não sirvo muito de base, porque nada me incomoda na
vida. Ainda assim, senta que lá vem história:
Para começar, devo admitir que não é nada fácil dormir. Para
mim que durmo feito uma pedra e em qualquer canto foi fácil, mas pessoas como
meu pai, por exemplo, que só dormem em posição perfeitamente horizontal, podem
desistir. A cadeira inclina muito pouco (A não ser nas classes melhores que a
econômica, claro) e é tempo demais para ficar sem dormir. Puxa, então a pessoa que não consegue dormir sentada não pode ir pra
Austrália? Pode, claro. Meu conselho: Vai, mas dorme uma noite em Santiago
e aí continua a viagem até Sydney, senão vai cansar muito. Fora este pequeno
probleminha, vamos às maravilhas:
O vôo de BH para São Paulo não tem muita graça. Foi uma hora
só, comidinha besta (Suco e um saquinho de amendoim. Pobreza!) e a paisagem boa
e velha das cidades brasileiras. Vale a pena levar um livro porque não tem
entretenimento nenhum. Já na parte de São Paulo para Santiago a coisa começa a
ficar emocionante.
Para o meu azar, no vôo de São Paulo para Santiago a
comandante mandou recolher algumas bagagens de mão (Era pra ser só as maiores,
mas a coisa foi meio aleatória) e é claro que a minha se foi. Ela deveria ter
sido despachada para Santiago, mas acabou que só quem fosse entrar no país
podia pegar as bagagens e então minha malinha veio direto para Sydney no meio
da carga mesmo e isso explica a ausência de fotos das coisas que vou contar
aqui porque minha câmera foi despachada junto. Para minha sorte, meu vôo saía
de São Paulo às 17:35 e atrasou 20 minutos. Ou seja, saí no pôr do sol. Quem
nunca teve a oportunidade de ver o pôr do sol de um avião, por favor, compre um
vôo para este horário. É maravilhoso!! Dá para ver a linha fininha do horizonte
toda alaranjada enquanto o céu acima vai escurecendo aos pouquinhos, com uma
única estrela muito brilhante… Nem precisa de livro ou de filme por meia hora,
o pôr do sol já distrai. Como se não bastasse, quase chegando a Santiago (cerca
de meia hora antes) olhei pela janela como quem não quer nada e de repente
parecia que o avião estava dando um rasante! Nada disso. Era só a Cordilheira
dos Andes! Linda! Incrível! Enorme!! Ganhou do pôr do sol de São Paulo. As
montanhas com o topo branquinho, tão branco que dava para ver à noite, tão alto
que parecia muito perto do avião. E uma cordilheira sem fim… Devo ter ficado
mais meia hora só olhando as montanhas passando e imaginando a vida nas
casinhas isoladas que eu vi no meio delas. E depois que elas passam? Tem uma
cidadezinha bem no pé da Cordilheira que eu não sei o nome mas que merecia
roubar o da capital de Minas. Que horizonte era aquele? Espetacular!! Esse vôo todo durou 4h.
Apenas duas horinhas no aeroporto de Santiago e peguei o vôo
para Sydney, com uma pequena parada no aeroporto de Auckland, na Nova Zelândia,
para reabastecer. Aí muita gente pensa: Nossa,
essa parte deve ser muito chata! Só voar acima do mar…Aí que você se
engana, pequeno gafanhoto! Na primeira parte do vôo o avião foi acima das
nuvens, o que significa que ao olhar pela janelinha eu via o Cruzeiro do Sul me
acompanhando. Não acima, nem abaixo, mas ao lado! Não sei que macumba ou ilusão
de ótica causa isso, mas é como se voássemos entre as estrelas! Aí lá vai a
boba aqui perder mais um tempão admirando a proximidade e a clareza das
constelações. Mas é claro que dez horas de vôo observando constelação é demais,
né? Para isso, temos um excelente avião. Cada cadeirinha tem uma pequena
central multimídia, com filmes, jogos, programas de tv e até um GPS para
acompanhar o progresso da viagem (Esse ultimo às vezes é desanimador. Haha). E
não pensa que é só filme esquisito e chinfrim, não! Tem de tudo, separadinho
por gênero. Eu mesma vi um filme bem recente, que foi O Hobbit- Uma Jonada Inesperada (Amei, estava
louca para ver! E ainda inspirou o título do meu post. Haha), e um clássico, Alladin (Já avisei aqui que sou uma criança).
Mas tinha filme ainda mais novo, como Argo (Que ganhou o Oscar de melhor filme)
e alguns alternativos (Inclusive brasileiros, como Capitães de Areia, Meu Pé de
Laranja Lima e O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias). Todos podem ser em
inglês ou espanhol e muitos têm também em português. Como se não bastasse eles
nos entopem de comida! Três refeições, todas com entrada, prato principal,
bebida e sobremesa. A entrada geralmente é só um biscoitinho, com manteiga ou
geléia. O prato principal costuma ser um sanduíche, mas teve também omelete e
salmão (Sim, salmão!). De bebida tem suco, café, chá, refri, cerveja, vinho,
uísque, vodka, ou seja, quase tudo! E as sobremesas são variadas. Eu vi frutas,
pudim de coco e muffins. O ponto final dessa parte, como eu já disse, é o
aeroporto de Auckland, que é de longe o mais bonito dos cinco que eu visitei.
Ele é todo decorado com portais maoris (Alguns até com efeitos de luzes e
plantas artificiais), muito espaçoso e iluminado. Ele tem também um carpete
muito legal com uns desenhos que parecem listras de zebras e cobrem todo o
piso. Além das enormes cadeiras acolchoadas para esperar os aviões, as salas de
embarque contam com cadeiras de massagem! Alto nível!
A última parte é o vôo de Auckland até Sydney. Este foi
durante o amanhecer, um espetáculo bastante parecido com o entardecer de São
Paulo, porém não pude ver tão bem porque como viajávamos para o oeste o
amanhecer estava atrás do avião e meu pescoço já não tava aguentando ficar
olhando pra trás. Mas isso não significa que não teve nada de bonito. Mais uma
vez estávamos acima das nuvens, mas agora com o céu claro e sem estrelas, tinha
a impressão de o mundo estava de cabeça para baixo! Com as nuvens abaixo e um
azul de mar acima, com direito até a uma linha do horizonte, dava um efeito
muito engraçado! Depois que clareou ainda mais deu para ver as nuvens
balançando com o vento, em ondas, igualzinho no mar! Mais perto do pouso o
avião passou novamente para abaixo das nuvens e então eu pude ver o mar de
verdade. E qual não foi minha surpresa ao perceber que enquanto as nuvens
ondulavam o mar parecia completamente parado! Dava para ver as ondas, mas elas
não se moviam! Como se estivesse tudo congelado! Mais uma vez, não sei que
macumba ou ilusão de ótica causa isso, mas é bem legal! Depois de 14h desde Santiago,
cheguei em Sydney às 7:30 da manhã e aí eu vi mais um monte de coisa… Mas isso
vai ficar para o próximo post porque esse já está enorme.
Só para concluir, a moral da história: 38h de vôo pode
parecer uma provação terrível, mas, como tudo na vida, depende de qual copo
você enxerga: o meio cheio ou o meio vazio. Se você pensar direito e procurar
um pouco de poesia nas coisas, vai ver que, sim, sempre existe um motivo para
sorrir.
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